Depois de um dia de paralisação e de uma manhã de protestos na Grande Vitória, o impasse sobre os cobradores de ônibus continua. A reunião realizada nesta terça-feira (5) entre o Governo Estadual e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo terminou sem um acordo.
De um lado, o Sindirodoviários pede a volta dos associados à roleta dos coletivos para dar fim às manifestações iniciadas nesta semana. De outro, o Estado garante que esses profissionais têm estabilidade e possuem à disposição cursos de requalificação para poderem ser reaproveitados no sistema de transporte público.
Vale lembrar que desde maio do ano passado, os ônibus do Sistema Transcol passaram a aceitar somente o Cartão GV para pagamento das passagens. A medida foi anunciada como mais uma ação para conter a transmissão do novo coronavírus, por meio do não manuseio de dinheiro. Com isso, os cobradores foram afastados.
Agora, quase oito meses depois, apesar do momento de expansão da pandemia no Estado, o sindicato requer a volta dos trabalhadores aos postos que ocupavam antes da publicação do decreto. Justamente essa demanda é que foi apresentada na reunião desta manhã (5), no Palácio Anchieta, em Vitória.
Em nota, a Secretaria de Mobilidade de Infraestrutura (Semobi) afirmou que as reivindicações serão analisadas, mas reforçou que "a função de cobrador no interior dos coletivos fica suspensa com base no decreto de estado de emergência em saúde pública no Espírito Santo, para contenção de danos da Covid-19".
Com base na Lei Federal nº 14.020 (que possibilitou a redução de jornada e suspensão de contratos de trabalho por causa da pandemia) e no acordo firmado com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) em 2019, a pasta também garantiu que esses profissionais "não podem e não serão demitidos".
Além disso, a Semobi esclareceu que "a categoria tem garantia de 20 meses de estabilidade assegurados" e que "a requalificação já está sendo oferecida pelos consórcios". Por meio dela, os trabalhadores podem ser "reaproveitados dentro de atividades do próprio sistema".
Entre os cursos ofertados estão de mecânico, eletricista e auxiliar administrativo. Também há ajuda para aqueles que desejam virar motoristas. "Com todas essas ações, o Governo garante a manutenção dos salários por mais de 20 meses, amparando esses trabalhadores durante e após a pandemia", afirmou.
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