Sete anos depois, está marcada para as 9h desta quinta-feira (7) a sessão do Tribunal do Júri dos réus Wesley Rainha Cardoso, motorista, e Marcelo José de Souza, dono do caminhão, envolvidos no acidente com um micro-ônibus do grupo folclórico de dança alemã Bergfreunde, na BR 101, na altura de Mimoso do Sul, no Sul do Espírito Santo. O acidente, ocorrido em 10 de setembro de 2017, resultou em 11 mortes e 9 feridos, todos ocupantes do micro-ônibus, que voltava para Domingos Martins, na região Serrana, após uma apresentação realizada em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Era um domingo, 10 de setembro de 2017. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 15h e envolveu dois caminhões, um automóvel Ford Ka e o micro-ônibus.
As 11 vítimas que morreram estavam em um micro-ônibus que pegou fogo após bater de frente com um caminhão de bebidas no Km 450 da BR 101, em Mimoso do Sul. Todos eram integrantes do grupo de dança alemã Bergfreunde, de Domingos Martins.
O motorista e o dono da carreta que transportava rochas são apontados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) como os responsáveis pelo acidente. O argumento é que o veículo não estava apropriado para o tipo de carga transportado.
De acordo com o Ministério Público, Wesley Rainha de Cardozo vai responder pelo crime de homicídio doloso (onze vezes) e tentativa de homicídio (nove vezes). Marcelo José de Souza foi denunciado por 11 homicídios culposos, quando não há intenção de matar, e 9 lesões corporais culposas, em concurso formal, na forma omissiva, devido à criação do risco que resultou nos crimes.
A investigação apontou que o motorista (Wesley) agiu com "imprudência ao volante". Ele não tinha permissão para transportar rochas ornamentais e nem o caminhão era preparado para esse tipo de transporte, além de, possivelmente, estar com uma carga com o peso acima do permitido. Já o dono da carreta, Marcelo José de Souza, foi responsabilizado, de acordo com o Ministério Público, porque sabia das condições do veículo e por ter contratado um motorista que não tinha preparo para fazer esse tipo de transporte.
Segundo o MPES, o motorista dirigia com a velocidade acima do permitido – com uma média de 87 km/h, em um trecho que tem como limite máximo 80 km/h.
O grupo de dança Bergfreunde era formado por casais de dançarinos com idades entre 17 e 42 anos. A vítimas fizeram apresentações na 23ª edição da Deutsches Fest. Eles haviam saído de Domingos Martins numa sexta-feira (8 de setembro de 2017) com destino a Juiz de Fora (MG). No retorno, no dia 10, ocorreu o acidente.
A Prefeitura Municipal de Domingos Martins inaugurou no dia 21 de outubro de 2021 um monumento para homenagear as 11 vítimas que morreram no acidente na BR 101, em setembro de 2017. A inauguração aconteceu na Praça Dr. Arthur Gerhardt, no Centro da cidade.
O monumento foi construído pelo artista Hipólito Alves e custeado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. A obra de arte é fruto de um pedido das mães das vítimas do trágico acidente.
A estátua é de um casal de dançarinos vestido com roupas típicas dos grupos folclóricos do município. O monumento pesa 500 kg, é feito de liga de minério e calcita e demorou 120 dias para ser finalizado. O grupo de dança Bergfreunde tem objetivo de resgatar, preservar e difundir a cultura alemã por meio da dança.
O monumento também possui uma placa e, em volta dela, foram colocadas onze estrelas com as fotos e nomes das vítimas do acidente: Aloisio, Fabiana, Gabriel, José Ronaldo, Karinny, Luiz Fabiano, Marilia, Nandeiara, Pedro Lucas, Suzana e Vanderli.
A reportagem de A Gazeta tenta localizar a defesa dos réus citados no texto. O espaço segue aberto.
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