Uma das vítimas da meningite no Espírito Santo é a atleta Mariana Merlo do Nascimento, de 27 anos. A causa da morte foi confirmada pela Secretaria de Saúde de São Roque do Canaã, no Noroeste do Estado, cidade onde ela residia e deu entrada no serviço de saúde. A jovem depois foi encaminhada ao Hospital Silvio Avidos, em Colatina. Revelação no ciclismo capixaba, Mariana teve um quadro que evoluiu muito rápido e a família acreditava, a princípio, se tratar de um mal súbito.
Segundo a secretária de Saúde do município, Kamila Roldi, a atleta inicialmente tinha sintomas compatíveis com síndrome gripal e o quadro de saúde teve uma evolução rápida.
“Ela tinha sintomas compatíveis com síndrome gripal, sintomas muito genéricos e indefinidos. Não se falava em meningite. Essa moça teve uma evolução muito rápida no hospital e teve meningite meningococcemia de uma forma avassaladora”, contou para a repórter Gabriela Fardin, da TV Gazeta Noroeste.
Apenas em janeiro deste ano foram registrados 15 casos e cinco mortes pela meningite, entre a viral, bacteriana e fúngica. No ano passado inteiro houve a confirmação de 79 casos em todo o Estado, com 18 óbitos. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, reforçou que a doença é imunoprevenível. Ou seja, pode ser evitada pela vacinação.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) emitiu uma nota de alerta sobre casos de meningite meningocócica do tipo C. Neste tipo, são seis casos confirmados e dois óbitos apenas em 2022. De janeiro de 2021 até 1º de fevereiro de 2022, foram confirmados 10 casos e três mortes provocadas pela doença.
Referentes à vacinação contra a Meningite Meningocócica C, em 2021, o Espírito Santo ainda não alcançou a meta preconizada pelo Ministério da Saúde de 95%. Para crianças menores de um ano, a cobertura da Meningococo C está em 72,57%. Já para crianças com um ano, a cobertura é de 69,96%. Para adolescentes, a cobertura da Meningococo ACWY é de 38,56% para a faixa etária de 11 anos de idade e, 25,43%, para de 12 anos.
O documento aponta que os números preocupam diante dos riscos de transmissão e da possibilidade de quadros mais complexos da inflamação nas meninges - membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
A doença é passada pelo contato direto de secreções e, por isso, é preciso identificar aqueles que tiveram contato com os casos positivos para dar início ao tratamento preventivo, explicou o coordenador do Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde, Gilton Almada.
São considerados casos suspeitos da doença crianças a partir de um ano e adultos que apresentem um quadro de febre alta, dor de cabeça, vômitos em jato, rigidez da nuca e outros sinais, como convulsões e manchas vermelhas pelo corpo.
Em São Roque do Canaã são três casos confirmados de meningite e outros dois estão sob suspeita. Ocorre uma investigação no município para realizar ações de bloqueio para evitar a propagação de mais casos na região, contou Almada.
A Sesa e a Secretaria Municipal de Saúde trabalham para intensificar a rotina de vacinação durante a semana. O público-alvo é aquele que não recebeu qualquer dose ou esteja com o esquema vacinal incompleto. A previsão é que tenha início a vacinação contra a doença meningocócica C a população de três meses a 29 anos, afirmou a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (PEI), Danielle Grillo.
A ação ocorre em caráter especial, segundo a Sesa, e tem autorização do Ministério da Saúde. Nos demais municípios, a vacinação segue o Calendário Nacional, com doses para bebês, crianças de um ano e adolescentes de 11 e 12 anos.
*Com informações de Gabriela Fardin, da TV Gazeta Noroeste
O texto desta matéria afirmava anteriormente, de forma equivocada, que o Estado registrou em 2022 seis mortes por meningite meningocócica do tipo C. Na verdade, foram duas mortes. O número foi alterado.
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