Há aproximadamente três anos, o empresário Pavel Sapunov, de 30 anos, decidiu deixar a Rússia e ingressar em uma jornada – sem destinos fixos – para conhecer lugares, culturas e pessoas de todo o mundo. O mochileiro chegou ao Brasil há 5 meses, comprou uma bicicleta no Rio de Janeiro, onde desembarcou, e começou a desbravar o país sobre duas rodas. Nesse período, teve início a guerra da Rússia contra a Ucrânia e, para ele, o momento é horrível: "Vejo tudo com muita dor".
O cicloviajante contou à reportagem de A Gazeta que, nesta terça-feira (29), já estava a cerca de 30 quilômetros da capital do Espírito Santo. Ele pretende passar alguns dias em Vitória. A expectativa é chegar até Salvador, na Bahia. Pavel revelou que começou a viagem após chegar ao Rio de Janeiro, ficar alguns dias e comprar uma bike, por cerca de R$ 700.
Com todos os seus pertences e água, o equipamento dele pesa 45 quilos. “Fui para Minas Gerais e um rapaz contou do caminho histórico, da Estrada Real, foi por onde comecei há três semanas. Peguei chuva, o caminho tinha lama, bem difícil, mas emocionante. Nunca tinha feito viagens assim de bicicleta, só trechos curtos”, contou o russo.
No Sul do Estado, Pavel disse que conheceu Piúma e ficou em um camping. Já em Anchieta, ele foi acolhido por uma família local.
Pavel, que chegou a se formar em Recursos Humanos, conta que possui dois negócios em São Petesburgo, nos ramos de hospedagem e de carnes, que consegue gerenciar de longe, de forma virtual. As rendas das pequenas empresas, segundo ele, custeiam as jornadas. Ele contou que já passou por países como Tailândia, Armênia, Turquia, Geórgia, Azerbaijão, França e Chile.
“Saí sem saber falar nenhuma outra língua. Aprendi a falar inglês com as pessoas por onde passava e ficava alguns meses. Espanhol, aprendi no Chile, onde fiquei 11 anos, e agora no Brasil, tentando o português”, disse o viajante.
Sapunov não tem previsão de quando volta para a Rússia. Mesmo distante, o viajante mostrou que está triste com os últimos desdobramentos da guerra entre seu país e a Ucrânia. Toda sua família vive lá e o assunto, segundo ele, divide opiniões.
“É horrível, vejo tudo com muita dor. A propaganda é muito forte e muitos apoiam, outros não. Acho que se você é um ser humano, não consigo ver motivo de atravessar um lugar e matar pessoas”, comentou Pavel.
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