Apesar de realmente ser uma bactéria microscópica, a chamada micobactéria se escreve (e fala) assim mesmo: mico. Os 12 casos confirmados em uma clínica particular do Espírito Santo são de micobactéria de crescimento rápido (MCR). O nome da clínica não foi informado pela Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com o guia de recomendações para o diagnóstico e tratamento das doenças causadas por micobactérias não tuberculosas no Brasil, elaborado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a relação do nome em português é com a família Mycobacteriaceae. Existem mais de 100 espécies de micobactérias catalogadas no mundo.
As micobactérias não tuberculosas (MNT) dividem-se em dois grupos, de acordo com a velocidade de crescimento:
Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a micobactéria de crescimento rápido (MCR) é um micro-organismo encontrado no solo, na água e eventualmente no ser humano, e pode gerar dificuldades na recuperação de pacientes submetidos a procedimentos invasivos.
A transmissão da micobactéria MCR pode estar relacionada ao mal reprocessamento dos instrumentais e aparelhos utilizados em procedimentos invasivos, como nos casos de cirurgia plástica. O período de incubação da bactéria pode variar de duas semanas a 12 meses.
As infecções podem envolver praticamente qualquer tecido, órgão ou sistema do corpo humano, e é mais frequente o acometimento na camada interna da pele. Os infectados apresentam sintomas como:
Ao infectar o ser humano, as micobactérias são altamente resistentes e podem ser letais. O guia do Ministério da Saúde salienta que a notificação de doenças causadas por micobactérias é obrigatória quando ocorrem após procedimentos invasivos, como cirurgias plásticas.
Segundo a Sesa, de acordo com a legislação vigente, a responsabilidade do tratamento e acompanhamento do paciente é da clínica. A Vigilância Sanitária faz a gestão do risco com objetivo de controlar e garantir o restabelecimento da segurança do procedimento, além de cobrar do estabelecimento de saúde o suporte ao paciente.
Nos últimos quatro anos, foram 42 casos de micobactéria MCR confirmados no Estado, sendo 12 só neste ano, até agosto, todos registrados na mesma clínica. O nome da clínica não foi informado pela Secretaria da Saúde. Segundo a Sesa, não há um surto de micobactéria no Estado atualmente.
No Espírito Santo, em 2019, foram 11 casos confirmados de MCR, mesmo número registrado em 2020. Em 2021, foram 8 pessoas infectadas pela micobactéria e, neste ano, até agosto, 12 casos positivos.
A Sesa argumenta que o Estado realiza vigilância ativa de casos de MCR alinhado ao Sistema Nacional durante todo o ano e que as equipes realizam inspeção e análise de notificações nos estabelecimentos com monitoramento das práticas de prevenção e controle de infecção, além do acompanhamento dos indicadores de resultados.
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