Na última quarta-feira (26), Nair Magioni, de 65 anos, morreu eletrocutada após um cabo da rede pública se romper no bairro Ponta da Fruta, em Vila Velha, e a atingir enquanto ela estava no meio da Rua Amazonas, onde morava. Vizinhos relataram que a morte foi instantânea e que o cabo pegou fogo por quase uma hora.
O triste episódio gerou comoção e indignação, principalmente dos moradores da região, que já haviam sofrido com problemas semelhantes. Em fevereiro deste ano, a poucos metros de distância, um cachorro acabou morrendo, também devido a uma descarga elétrica, ao ter contato com um fio que se rompeu.
Diante deste cenário, a reportagem de A Gazeta entrevistou o engenheiro eletricista Eduardo Altoe, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) para saber o que pode causar o rompimento de cabos de energia e se há algo que a população pode fazer para ajudar a evitar essas quedas.
Segundo o especialista, é mais comum que a ruptura dos fios elétricos aconteça por quatro motivos. São eles:
"Toda a rede elétrica fica exposta a intempéries do tempo, como chuva e vento. Além de ações humanas, por objetos que são jogados nela ou por 'gatos'. Tudo isso enfraquece a rede. Mas, em regiões litorâneas, a ação da maresia é muito forte, em questão de meses o aparelho pode ser danificado", pontua Eduardo.
Aliada a esses fatores, a falta de manutenção também pode agravar eventuais desgastes. "Teoricamente, os inspetores passam vistoriando as redes e devem registrar qualquer situação de risco ou anomalia. Com a inspeção, mais o planejamento, esses problemas devem ser detectados", garante.
Quanto ao que pode ser feito pela população o engenheiro sinaliza que é importante estar atento a duas situações: a oscilação da tensão (quando a luz fica variando de intensidade) e o faiscamento na rede. "Quando isso acontecer, é importante comunicar imediatamente a EDP", defende.
Sobre a morte da idosa, o engenheiro eletricista do Crea-ES esclarece que diversos fatores influenciam nesse tipo de caso e não existe uma descarga elétrica específica que gere o óbito em uma pessoa. "É muito relativo, não tem como mensurar. As condições físicas da pessoa, o calçado usado, a umidade do local... Tudo isso influencia", afirma.
Concessionária responsável pela distribuição da energia elétrica na maior parte do Espírito Santo, incluindo Vila Velha, a EDP informou que "executa um programa contínuo de manutenção, conforme as normas técnicas", que "se solidariza com os familiares da vítima" e que "apura o ocorrido".
A empresa também alertou que não se deve "nunca tocar em fios e cabos caídos" e, em caso de ocorrências, "a distribuidora deve ser contatada pelo site, pelo aplicativo EDP online, por SMS para o número 28037 (com a mensagem 'Sem Luz') ou pela Central de Atendimento, no telefone 0800 721 0707".
No final da tarde dessa quarta-feira (26), a idosa Nair Magioni, de 65 anos, estava saindo de uma horta comunitária na Rua Amazonas quando um fio de alta tensão se desprendeu da rede e a atingiu. Um homem que estava no local tentou ajudá-la, mas não conseguiu. Ela morreu no local, eletrocutada.
Integrante da Guarda Municipal de Vila Velha, o subinspetor Meneli afirmou que quando a equipe chegou ao local, a vítima já estava sem vida. "Infelizmente, constatamos o rompimento desse cabo e pudemos observar que ela já havia morrido. Ainda estava passando tensão no fio. Não pudemos fazer nada", disse.
No local, um funcionário da EDP fez o contato com a concessionária e desligou a rede elétrica. A perícia da Polícia Civil também compareceu e fez a retirada do corpo. Porém, a corporação informou que o caso foi registrado como "morte acidental" e, dessa forma, não cabe instauração de procedimento investigatório.
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