A Polícia Militar do Espírito Santo confirmou o falecimento do sargento Adilson Pereira de Souza ocorrido na madrugada desta quarta-feira (1º) após o agravamento do estado de saúde devido à contaminação pela Covid-19.
O militar ingressou na corporação no dia 5 de julho de 1989, e estava prestes a completar 31 anos de serviços prestados na PM. Adilson estava lotado no Hospital da Polícia Militar, onde chegou a ficar internado inicialmente com sintomas do coronavírus, mas após piora do quadro clínico foi transferido para o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que está prestando "todo apoio aos familiares do policial militar neste momento de dor e mantém todas as medidas já determinadas pelos órgãos de saúde para proteção da tropa, como aquisição de máscaras, álcool em gel, luvas, higienização periódica das viaturas, além de outras medidas internas".
Adilson tinha 51 anos, estava internado há 25 dias com a doença, e trabalhava na portaria do HPM, no bairro Bento Ferreira, em Vitória. Filho único do militar, Thayrone de Souza contou que o pai estava recebendo doses altas de medicação, e nos últimos dias Adilson chegou a receber adrenalina por conta da gravidade do quadro clínico.
"Há uns quatro dias ele passou a receber adrenalina. Então já fui me preparando", disse o jovem em entrevista ao repórter Thiago Félix, da TV Gazeta.
Segundo a Associação de Cabos e Soldados, Adilson era muito querido na corporação e era conhecido pelo trabalho desenvolvido internamente no hospital e também na comunidade onde morava, na Serra.
Ainda no mês de maio, em entrevista à TV Gazeta, o próprio sargento mostrou-se preocupado com o avanço da Covid-19 no bairro Laranjeiras. Menos de dois meses depois, Adilson não apenas contraiu a doença como acabou perdendo a vida para a mesma. Além da carreira militar, o policial também foi presidente do Centro Comunitário de Jacaraípe.
O filho do sargento, disse que o pai também era filho único e morava também com a mãe, de 86 anos. O familiar salientou que a preocupação com a doença era grande.
"Ele se preocupava muito com ela, mais com minha avó do que com ele mesmo. Por ser líder comunitário e ter contato com muitas pessoas, ele pode ter contraído a doença. mesmo usando máscara e o álcool em gel ele acabou contraindo a doença", disse o jovem de 20 anos.
Thayrone contou ainda que ele próprio levou o pai ao HPM, quando Adilson apresentava sinais da Covid-19. Após o sargento ser internado, o filho só conseguiu ver o pai em duas oportunidades em visitas humanizadas.
"Só o vi por duas vezes. A primeira foi quando tive de ir ao hospital para identificá-lo, e a segunda foi mais recente, quando ele teve uma piora grande. Ele até estava para sair do tubo, mas teve uma infecção que agravou a saúde dele. Aí fui chamado pela assistência social do hospital para ser informado. Essa última foi no dia 16 de junho", complementou.
Adilson tinha um quadro de obesidade e segundo o filho, Adilson resistiu em procurar atendimento médico quando os primeiros sintomas surgiram. Foram cerca de 10 dias em casa até buscar por ajuda para a doença.
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