A redução do volume de água do Rio Doce em Linhares, no Norte do Espírito Santo, chegou ao patamar da seca de 2016, informou a Defesa Civil do município na segunda-feira (12). Na época, era possível atravessar da margem até uma das ilhas do rio andando, sem se molhar, a uma distância de cerca de 600 metros de areia.
Atualmente, a seca já forma bancos de areia em toda a extensão do rio. Esse areal no meio do curso d'água consiste no acúmulo de sedimentos (areia e cascalho) depositados no leito, formando um obstáculo para o escoamento e a navegação.
O monitoramento de vazão do Rio Doce é de competência federal. No entanto, segundo a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), a estiagem ocasionou um cenário de atenção, já que os níveis de todos os rios do Espírito Santo estão abaixo da média.
"O nível do Rio Doce está em 55 centímetros. É muito baixo. Linhares ainda tem o privilégio de ter muita água, muitas lagoas... Mas, nos outros municípios, essa seca está tensa e esses bancos de areia chamam muito a atenção. É crítica a situação hoje", disse o Coordenador da Defesa Civil de Linhares, Antônio Carlos dos Santos.
Apesar de o Rio Doce cortar o município de Linhares, a captação da água é feita no Rio Pequeno, em que o nível também atingiu patamares abaixo da média, mas não sem risco de desabastecimento.
De acordo com o assessor técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Linhares, Ygor Coutinho, a visibilidade dos bancos de areia devido à redução do nível do Rio Doce é consequência das variações climáticas.
"Estamos sofrendo as consequências das mudanças climáticas. Temos verões muito intensos, secas intensas e épocas de chuvas com cheias muito grandes. Então, é importante que a gente tenha essa preocupação com o consumo consciente de água para não ter problemas no futuro", disse.
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