A junção de várias pessoas em bares, como as registradas por leitores de A Gazeta no último domingo, na Praia do Canto, Vitória, foi criticada pelo secretário Nésio Fernandes, titular da Secretaria Estadual de Saúde, na tarde desta terça-feira (25), durante pronunciamento.
O secretário disse que a flexibilização das atividades sociais, realizada de acordo com cada nível de risco de contágio do novo coronavírus, aumenta a responsabilidade dos cidadãos e dos estabelecimentos no real cumprimento dos protocolos.
"Cumprir a etiqueta respiratória, o uso de máscaras e o distanciamento são necessários para que a realização dessas atividades não represente risco de exposição dessas pessoas ao novo coronavírus. Comportamentos como estes são capazes de comprometer o número de casos e de óbitos que esperamos para este momento", descreveu o secretário de Saúde.
Nésio Fernandes também destacou que adesão ao protocolo de higiene, distanciamento, romper a cadeia de transmissão, uso de máscaras e testagem, são agentes de mudança na pandemia. "O momento ainda é de perigo. Apesar de termos passado pela pior situação, agora, os casos novos, graves e óbitos serão distribuídos por um período maior por conta do desrespeito aos protocolos e isso tem sido mais de responsabilidade social do que do Estado", completou.
O subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, também foi incisivo ao descrever as aglomerações como danosas à saúde. "As aglomerações que estamos vivenciando ferem todos os regramentos de funcionamento. Fugir dessas regras também é trazer para si, enquanto proprietário de estabelecimento, uma responsabilidade de dano consciente à saúde. Precisamos tomar cuidado para voltar a conviver e realizar determinadas atividades sem colocar em risco tudo que conquistamos até hoje", alertou.
Bares cheios, festinhas, pagodinho, "social com os amigos". Para muitos, incluindo pessoas e donos de estabelecimentos, a sensação que se tem é que a pandemia do novo coronavírus acabou. Em uma volta rápida por alguns locais boêmios da Grande Vitória, ou uma simples olhada nas redes sociais, facilmente se percebe aglomerações de pessoas em estabelecimentos comerciais ou até mesmo em eventos o que ainda não pode ocorrer, pelas normas em vigor.
Uma das perguntas de quem segue cumprindo com o isolamento é se existe fiscalização. A resposta é sim, pelo menos é o que garantem as prefeituras de Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha, que responderam a reportagem de A Gazeta nesta segunda-feira (24), porém diante da repetição de flagrantes de pessoas aglomeradas, sem o uso da máscara e longe dos protocolos que o momento exige, outra pergunta surge nesse contexto: será que a fiscalização é suficiente?
Por decreto estadual, os bares ainda não estão autorizados a reabrir, porém aqueles que também servem refeições se enquadram na modalidade permitida de funcionar até as 18 horas. Devido às mudança do mapa de risco, em algumas cidades os estabelecimentos puderam reabrir aos domingos, o que não ocorria nas semanas anteriores.
Na capital capixaba, por exemplo, muitos estabelecimentos da região do Triângulo das Bermudas funcionaram neste domingo (23). O horário máximo permitido para o funcionamento é até as 18 horas, mas pelo menos um estabelecimento descumpriu com o decreto e, de acordo com a prefeitura, foi notificado e teve de encerrar as atividades.
"Na região do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, um restaurante foi notificado e fechado por funcionar após as 18h, que é o horário estabelecido no decreto estadual e seguido pelo município. Outros dois restaurantes estavam fechando as portas quando foram abordados pela equipe. A Prefeitura de Vitória ressalta que o momento ainda é de pandemia, que as pessoas precisam ficar em casa e, por segurança, devem evitar aglomerações e usar máscaras, mantendo também a higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel", diz a nota enviada pela Secretaria de Desenvolvimento.
Em Cariacica, de acordo com a prefeitura, apenas no final de semana foram cerca de 100 denúncias de aglomerações, e somente na sexta-feira, dia 21, foram 23 estabelecimentos fiscalizados em estabelecimentos do município. Assim como em Vitória, é seguido o decreto estadual em relação ao horário de funcionamento.
A população do município pode realizar denúncias por meio da Ouvidoria 162, de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h e pelo 0800 2839 255, de segunda à sexta-feira, das 12h às 6h e aos finais de semana, 24h.
Na Serra, os casos de funcionamento irregular do comércio devem ser denunciados pelo telefone 190, da PM. Além disso, a prefeitura recebe denúncias pela Ouvidoria. A denúncia é sigilosa e pode ser feita pelos telefones: 162, 3291-2011 e 0800 283 9780, ou pelo site: http://transparencia.serra.es.gov.br/eouvidoria.aspx.
Já a prefeitura de Vila Velha orienta para que os munícipes evitem locais com aglomerações, como medida para prevenir a transmissão da Covid-19. Para denúncias, a população pode acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 ou adicionar o número 27 99802-5324 do "Plantão Coronavírus e enviar uma mensagem por Whatsapp para o Disque-Aglomeração. As informações são enviadas em tempo real para a Guarda Municipal.
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