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Secretário de Vitória pede exoneração após acusação de LGBTIfobia

Secretário de Vitória pede exoneração após acusação de LGBTIfobia

À reportagem de A Gazeta, Luciano Picoli Gagno afirmou que deixou o cargo para se defender de acusações de Deborah Sabará. A ativista registrou boletim de ocorrência após reunião em que o ex-secretário teria negado recursos para a realização de  Manifesto do Orgulho LGBTQIA+

Publicado em 8 de julho de 2022 às 21:06

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O ex-secretário de Cultura Luciano Picoli Gagno
O ex-secretário de Cultura de Vitória Luciano Picoli Gagno. (Reprodução | Instagram)
Secretário de Vitória pede exoneração após acusação de LGBTIfobia

O secretário de Cultura de Vitória, Luciano Picoli Gagno, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (8). A exoneração, que consta como "a pedido", foi publicada em edição extra do Diário Oficial do município e aconteceu após a ativista Deborah Sabará registrar um boletim de ocorrência alegando crime de LGBTIfobia, que teria sido cometido pelos secretário.

A exoneração foi publicada em decreto assinado pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Ao deixar o cargo, Luciano Gagno negou crime e disse respeitar a  população LGBTQIA+.

Nas redes sociais, Deborah Sabará, que é uma mulher trans, publicou que foi à delegacia fazer um boletim de ocorrência contra Luciano Gagno na tarde desta sexta (8). "Eu, Deborah Sabará, disse que o secretário cometeu o crime de LGBTIfobia e deveria sair do seu gabinete preso", escreveu.

De acordo com a ativista, o secretário teria dito, durante uma reunião na manhã desta sexta (8), que a atual gestão não poderia se "comprometer com este tipo de bandeira", fazendo relação com apoio ao XI Manifesto do Orgulho LGBTQIA+. Deborah relata ter ouvido que a administração municipal não iria disponibilizar recursos públicos para eventos com essa temática.

Deborah marcou o secretário na publicação. Conforme publicado, a reunião teria sido solicitada para tratar da falta de retorno da Secretaria de Cultura com a Associação Gold, que organiza o XI Manifesto do Orgulho LGBTQIA+. A ativista foi procurada pela reportagem de A Gazeta, mas não atendeu as ligações.

EXONERAÇÃO FOI A PEDIDO, DIZ LUCIANO GAGNO

Em contato com a reportagem de A Gazeta, Luciano Picoli Gagno, agora ex-secretário, negou o crime e confirmou que pediu para ser exonerado para ter tempo de se defender das acusações e evitar que "traga transtornos para a gestão".

Segundo Luciano, os recursos foram negados, na reunião desta sexta (8), porque a prefeitura tem outras prioridades nesta época do ano, como festas juninas. Questionado se os recursos seriam liberados em outro momento, o secretário afirmou que não poderia garantir.

"A gente autorizaria, poderia conversar sobre, mas entendemos que não era momento de apoiar o evento com recursos públicos. A partir da recusa, fui acusado desse crime. Em outra época do ano, poderia haver um diálogo, não era uma decisão definitiva. O fato de não apoiar com recurso público não quer dizer que eu seja contrário ao estilo de vida ou orientação sexual", afirmou à reportagem.

Ao fim da entrevista, o ex-secretário manifestou respeito "independente da orientação sexual": "As acusações não correspondem ao meu comportamento. Respeito a liberdade".

A Prefeitura de Vitória foi perguntada pela reportagem sobre a exoneração e se o caso relatado pela ativista será apurado. A administração municipal informou, em nota, que Luciano Gagno apresentou um pedido de desligamento do cargo, declarando respeito à população LGBTQIA+.

"Manifesto categoricamente meu irrestrito respeito por toda a população LGBTQIA+ e afirmo que, em momento algum houve qualquer declaração ou conduta de minha parte que pudesse levar a outra interpretação. Com o objetivo de possibilitar a isenção na apuração dos fatos alegados, solicitei meu desligamento do cargo", disse o ex-secretário, na nota enviada pela prefeitura.

Não houve retorno da prefeitura sobre a apuração do caso relatado por Deborah Sabará.

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