O secretário de Estado de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, voltou a defender, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, que a frota do Transcol reduzida durante a pandemia consegue atender a população. De acordo com Damasceno, a redução da quantidade de ônibus foi bem menor que a queda de passageiros registrada nos últimos meses.
A fala do secretário foi alvo de críticas de passageiros, que continuam relatando ônibus cheios em terminais e pontos de ônibus, o que aumenta os riscos de contaminação do novo coronavírus.
Damasceno afirmou que a frota foi reduzida de 1400 para 1250 ônibus, mas alegou que a redução do número de passageiros foi bem maior, chegando a 80% a menos no início da pandemia. "Ainda temos quase 50% de redução de passageiros. Mesmo assim, não reduzimos a frota (nessa proporção). Temos 20 mil viagens todos os dias. Estamos mantendo no horário de pico 100% das viagens", garantiu o secretário.
Damasceno diz que a limitação na frota "atende 100%" como se o Sistema Transcol tivesse 600 mil passageiros circulando, mas, de acordo com ele, atualmente, com a pandemia, são 300 mil usuários.
"É preciso obedecer 1,5 m de distanciamento. O que não podemos deixar é que as pessoas fiquem muito tempo no terminal, mas estamos aumentando a frequência conforme retorno das atividades e conforme avaliação da Ceturb. E também orientamos que, quando os ônibus passarem cheio, não embarque, principalmente nos pontos, aguarde o próximo ônibus e mantenha um distanciamento seguro. É importante essa participação da população", declarou o titular da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura.
A fala do secretário foi contestada por passageiros ouvidos por A Gazeta, que enfrentam os coletivos lotados quase todos os dias na Grande Vitória, principalmente nos horários de pico. O porteiro Isaac de Oliveira Santos, de Vila Velha, fez uma provocação a Damasceno. "Pede o secretário para andar de ônibus pelo menos um dia. Será que ele vai continuar falando isso? Não tem um dia que a gente não encontre ônibus cheios", apontou.
Também em Vila Velha, a auxiliar de enfermagem Laura Magalhães questionou a orientação do secretário para o passageiro esperar o próximo ônibus caso o coletivo esteja cheio.
"Não tem muita lógica. A gente pega ônibus durante a semana porque tem compromisso e não para passeio. Ou é para trabalhar, ou estudar ou é para consultar, tudo com hora marcada. E mesmo que a gente saia mais cedo de casa, o próximo ônibus ou o ônibus anterior também estão cheios. Então, não adianta esperar", criticou.
Os ônibus são apontados como locais de risco para contaminação pelo coronavírus. A quarta fase do inquérito sorológico aplicado pelo governo do Estado apontou que 29,1% dos capixabas que testaram positivo passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus. Um termo de compromisso assinado no dia 28 de agosto entre o Ministério Público e o governo do Estado tornou obrigatório que as linhas que saem e passem pelos terminais possuam apenas passageiros sentados e com máscaras.
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