O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, chamou atenção para a expansão da varíola dos macacos, considerando a baixa oferta de testes no Brasil – o que, segundo ele, gera subnotificação dos casos da Monkeypox. "Não se trata de uma doença leve", alertou, em pronunciamento realizado nesta segunda-feira (1º).
O secretário falou sobre a expansão dos casos de Monkeypox e a queda nos números da Covid-19 no Espírito Santo.
Segundo Nésio, a subnotificação dos casos de varíola dos macacos não é causada apenas pela baixa oferta de testes pelo Ministério da Saúde, mas pela percepção de risco dos profissionais da saúde. O secretário classificou como um "silêncio epidemiológico" o que acontece em todo Brasil: a ausência de testagem em pacientes que podem estar com a doença.
Nésio Fernandes afirmou que o Espírito Santo busca realizar os testes de varíola dos macacos em solo capixaba - conforme publicado por A Gazeta na última quinta-feira (28). Atualmente, as amostras coletadas são enviadas para um laboratório no Rio de Janeiro.
Até esta segunda-feira (1º), o Espírito Santo teve 13 casos suspeitos notificados. 7 deles foram descartados e pelo menos 4 ainda estão em investigação. Dois homens moradores da Grande Vitória tiveram a doença e se recuperaram após um período de isolamento. São os únicos casos confirmados no Estado.
O secretário afirmou durante coletiva que a varíola dos macacos não escolhe um grupo como alvo para infecção. A expansão da doença ocorre, segundo Nésio Fernandes, independente de idade ou orientação sexual.
A declaração é feita dias após o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, aconselhar que homens que fazem sexo com homens reduzam o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à varíola dos macacos. O diretor falou em "escolhas seguras".
Nésio Fernandes não citou a OMS ou o diretor responsável pela afirmação, mas manifestou que não existe relação entre a infecção e o sexo de homens com outros homens.
Na última sexta-feira (29), o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte causada pela varíola dos macacos no Brasil. O óbito foi registrado na quinta-feira (28), na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. A vítima era um homem de 41 anos, imunossuprimido e com comorbidades.
Apesar de ter tomado os noticiários recentemente, a varíola dos macacos foi descoberta na década de 1950, após dois surtos em colônias desses animais, que eram mantidos para pesquisas. Já o primeiro caso humano foi registrado na década de 1970, no Congo, país africano.
De acordo com informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas costumam durar entre duas e três semanas, consistindo em: febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções cutâneas, geralmente no rosto, na palma das mãos e na sola dos pés.
De maneira geral, são duas as variantes principais da doença. A mais grave delas, conhecida como "cepa do Congo", pode chegar a 10% de mortalidade. Já a outra, denominada popularmente de "cepa da África Ocidental", tem uma taxa de letalidade bem menor, próxima de 1%.
O vírus causador pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, além de objetos compartilhados. Por isso, a Anvisa sugeriu que os brasileiros usem máscaras, reforcem a higienização e façam o distanciamento social para evitar a transmissão.
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