A seca enfrentada pelo Espírito Santo no ano passado serviu de propulsor para o desenvolvimento de uma ferramenta de controle hídrico, que pode ser acessada de forma gratuita pelos capixabas. Por meio do aplicativo HidroES, é possível monitorar a previsão do tempo – sobretudo a chuva – e a expectativa de vazão na bacia do Rio Santa Maria da Vitória por um período de dez dias. O afluente é responsável pelo abastecimento dos municípios da Grande Vitória.
A tecnologia, lançada pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a ArcelorMittal Tubarão e o Ministério Público do Espírito Santo, foi anunciada durante o painel "Encontro das Águas", realizado na Rede Gazeta, nesta quinta-feira (22).
O diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert, explicou que a ideia é tornar as informações acerca da gestão de recursos hídricos acessível à população geral.
“Precisamos tornar nossas bacias mais resilientes, principalmente com relação aos eventos extremos, que estão cada vez mais frequentes. E, nessa linha, eu destaco a importância de ferramentas de monitoramento hidrológico. Hoje, é muito comum a gente acompanhar, por exemplo, a previsão de tempo. Todo mundo tem isso no celular. Mas, com relação à água, as pessoas ainda precisam internalizar esse tipo de acompanhamento”, destaca Ahnert.
A previsão é de que, futuramente, informações sobre outros rios que cortam o Estado também sejam incluídas na base de dados.
O gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal, João Bosco Reis da Silva, observa que o aplicativo beneficia os mais diferentes públicos, desde o cidadão comum, que pode ficar atento ao risco de enchentes, até o agricultor, que depende da chuva para produzir.
“É possível verificar a previsão do clima. Pelo modelo do aplicativo, você tem uma previsão de 10 dias, se a vazão do rio vai diminuir ou vai aumentar muito. Foi um aplicativo que nasceu da crise hídrica, mas que é uma ferramenta poderosa para ser utilizada também para a previsão de enchentes”, aponta João Bosco.
A ferramenta já está disponível para dispositivos Android, por meio da Play Store, e em breve será disponibilizada para iOS (App Store). O aplicativo foi desenvolvido em cooperação técnico-científica com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
“É muito intuitivo. É fácil ter a previsão do tempo para a região em que clica. Pelo GPS, você vê qual é a vazão do Rio Santa Maria. E, dentro da modelagem que foi desenvolvida pela Ufes e pela Ufal, é possível buscar as informações de clima, sol, chuva, ventos”, afirma João Bosco.
O evento em que o aplicativo foi anunciado faz parte do projeto Atitude Sustentável, da Rede Gazeta, e também contou com participação do secretário de Estado Meio Ambiente, Felipe Rigoni; da bióloga e secretária-executiva do Consórcio Público Guandu, Ana Paula Alves Bissoli; do promotor de Justiça do MPES, Marcelo Lemos Vieira; e do doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental Valmir Pedrosa.
Os participantes do painel abordaram questões relacionadas à finitude da água, gestão hídrica urbana, recuperação dos rios, potencial das regiões hidrográficas para a economia, além da escassez dos recursos hídricos.
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