Há exatos seis meses, no dia 25 de janeiro, os olhares se voltaram para a Avenida Beira Rio, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Já nas primeiras horas da tarde daquele dia, as águas do Rio Itapemirim alcançaram um nível nunca antes registrado no município, invadindo casas, comércios e causando destruição. Desde então, a cidade luta para se reerguer.
O Rio Itapemirim subiu 12 metros. 2.271 imóveis foram tomados pela água, na sede e no interior. Uma lembrança que ainda provoca a emoção de quem viveu o drama.
A vazão mais baixa no dia seguinte, revelou o estrago. Os prejuízos passaram de R$ 200 milhões, segundo a prefeitura. Mais de 1,5 mil pessoas ficaram fora de suas casas. No comércio, mais de 500 lojas foram atingidas, algumas, até hoje, não conseguiram reabrir as portas.
Tivemos um prejuízo de R$ 211 milhões e junto com a enchente vieram a lama, entulhos e nesta tarefa, retiramos da cidade mais de 14 mil toneladas. Em uma semana conseguimos recuperar o Centro da Cidade dando condições para que o comércio pudesse voltar a abrir dentro das suas possibilidades, disse o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Francisco Montovaneli.
Um dos comerciantes afetados foi Fernando Leal. Ele conta que a água chegou a dois metros de altura dentro da sua loja de colchões. Salvou pouca coisa, mas não desanimou.
Ainda tem algumas coisas que preciso mexer dentro da loja, mas reabrimos para tentar nos reerguer. Devagar estarão no patamar que desejamos e queremos. Desistir, jamais, revelou o comerciante.
A superação e a vontade de recomeçar também movem a cirurgiã dentista Sabrina Picoli, que vai reinaugurar sua clínica. O consultório, construído com esforço de 15 anos, foi tomado pela enchente.
No momento que vi a minha foto, com meu diploma intactos no meu escritório foi Deus dizendo para mim 'siga em frente'. Aquilo tocou no meu coração, e no do meu esposo. É isso que fazemos, amamos nossa profissão e vamos recomeçar, dar a volta por cima. É deus que está ajudando a gente a conquistar esse sonho nosso, afirmou a dentista.
Após a enchente, a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim realizou uma força-tarefa liderada pela Defesa Civil e fez 2.271 vistorias em imóveis afetados, na sede e no interior. As famílias desabrigadas receberam acolhimento em locais providenciados pela administração municipal.
Com o Mutirão da Cidadania, foram feitos 3 mil atendimentos a pessoas que necessitavam da segunda via de documentos perdidos. Ao todo, 1.624 famílias foram cadastradas no Cartão Reconstrução, benefício de R$ 3 mil concedido pelo governo estadual. Dessas, 1.242 famílias já receberam, totalizando um valor de R$ 3,7 milhões.
Além disso, 2.831 consumidores receberam subsídio na conta de água do mês de maio, após aprovação de projeto de lei e prazo de pagamento do IPTU de imóveis atingidos foi prorrogado.
Com informações de Mônica Camolesi, da TV Gazeta Sul
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