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Sem detalhar, atirador alega bullying como motivo de ataques a escolas no ES

Sem detalhar, atirador alega bullying como motivo de ataques a escolas no ES

Até junho deste ano, ele foi aluno da Escola Estadual Primo Bitti, primeira instituição atacada. Ele disse à polícia que teria sofrido bullying, com alguns apelidos, em 2019, e daí passou a ter ideias sobre um atentado

Publicado em 28 de novembro de 2022 às 11:29

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O adolescente responsável pelo ataque a tiros a duas escolas de Coqueiral de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, deixando quatro pessoas mortas e mais de 10 feridas, relatou à polícia ter sofrido bullying na escola em 2019. 

"O adolescente alegou que nunca tinha praticado qualquer ato infracional antes. Ele disse que teria sofrido bullying, com alguns apelidos, em 2019, e daí passou a ter ideias sobre um atentado. A partir de 2020, ele começou a se preparar e se planejar melhor para praticar essa ação, mas não chegou a contar para ninguém, guardou pra si, alimentando esse sentimento de ódio dentro dele”, contou o delegado responsável pela investigação André Jaretta, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, durante coletiva realizada na manhã desta segunda (28) para detalhar o que foi apurado até o momento sobre o crime.

Polícia Militar, Polícia Civil, Perícia e Rabecão na escola estadual Primo Bitti, em Aracruz, onde ocorreu ataque por atirador
Polícia na escola estadual Primo Bitti, em Aracruz, onde ocorreu ataque por atirador. (Fernando Madeira)

Até junho deste ano, o autor dos disparos foi aluno da Escola Estadual Primo Bitti. As vítimas dessa escola foram professoras. Três morreram e várias ficaram feridas. Questionado sobre a escolha do local, o delegado informou que o atirador conhecia o local e escolheu entrar pela sala dos professores, mas ele disse à polícia que a ideia era simplesmente realizar um massacre e que atirou aleatoriamente.

"Na versão apresentada, ele escolheu os alvos aleatoriamente. Mas vamos aprofundar e tentar esclarecer. Ele estudou na escola estadual e sabia onde era sala dos professores. Na escola particular, ele disse que também conhecia porque já tinha ido ao local para votar."

Selena Sagrillo, Maria da Penha Banhos, Cybelle Bezerra e Flavia Amoss, vítimas do ataque a escolas em Aracruz
Selena Sagrillo, Maria da Penha Banhos, Cybelle Bezerra e Flavia Amoss, vítimas do ataque a escolas em Aracruz . (Reprodução)

Os pais disseram à polícia que o adolescente fazia acompanhamento com psicólogo e psiquiatra, tomava remédios, mas não se abria muito em casa.

Atirador aproveitou ausência dos pais para realizar ataques na sexta (25)

Ainda segundo o delegado, o atirador vinha planejando aproveitar um momento de ausência dos pais para pegar as armas e cometer o crime. O adolescente confessou que costumava manusear as armas do pai quando estava sozinho em casa.

"Os pais saíram de casa para fazer compras no Centro de Aracruz (na sexta). O adolescente sabia que isso levaria um tempo, então ele aproveitou para cometer o atentado. Vestiu uma roupa camuflada que já tinha há alguns tempo, pegou alguns objetos, em especial as duas armas, pegou o outro carro da família, cobriu as placas e foi até as escolas", relatou o delegado.

Ainda segundo o delegado Jaretta, que acompanha o caso desde sexta-feira (25), depois do ataque, o atirador voltou para casa, antes de os pais chegarem, teve o cuidado de guardar as armas exatamente como estavam, para os pais não desconfiarem.

"A pistola estava dentro de um coldre, na parte de baixo do guarda-roupa, embaixo de algumas roupas, no quarto do pai. O revólver 38 estava na parte superior do armário, também no quarto do pai. Tinha um cadeado para impedir que a arma fosse utilizada. Ele removeu para efetuar o crime, mas colocou o cadeado novamente para guardar exatamente como estava."

Os pais chegaram, ele almoçou normalmente e chegou a ouvir dos pais sobre um ataque que teria acontecido. "Ele se fez de desentendido quando os pais comentaram".

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