Pouco mais de dois meses depois do primeiro caso de coronavírus ser registrado no Estado, o Espírito Santo já acumula mais de 3,5 mil confirmações de pessoas com a doença e um total de 133 mortes, de acordo com a última atualização do Painel Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Os números dão uma dimensão do panorama da doença no Estado, mas poderiam ser bem piores caso não ocorresse o isolamento social. Esta é a visão da Sesa, explicitada pelo subsecretário estadual em Vigilância da Saúde, Luiz Carlos Reblin, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, na manhã desta quarta-feira (6).
"Tínhamos uma condição de isolamento que nos permitiu chegar na condição atual e ter 3.500 casos. Se não tivéssemos feito o isolamento social, teríamos o dobro de casos no Espírito Santo e o dobro de internações. Nas UTI's, chegamos ontem (terça-feira) a 60% de ocupação. Em um eventual panorama do dobro disso, não teríamos condições de atender a população, portanto o isolamento social é a única ferramenta possível do sistema continuar atendendo a quem precisa ser internado", salientou Reblin.
O representante da Sesa demonstra preocupação com a queda no cumprimento do isolamento por parte dos capixabas. No início da pandemia, a Grande Vitória se aproximou dos 70% de isolamento, mas os números caíram significativamente. Mais pessoas nas ruas pode significar novos casos em uma escala ainda maior, o que demandaria ainda mais ação por parte dos agentes da saúde no combate ao coronavírus.
"Compreendemos a necessidade que temos de trabalhar, consumir, ter nossos bens, porém há um sinal fundamental que é está sendo trocado do governo federal. Enquanto os estados todos atuam na linha do isolamento, no cenário federal há uma mensagem nacional de que não há necessidade de se isolar, e isso confunde as pessoas. A única saída é mantê-lo para evitar que mais pessoas adoeçam", complementou subsecretário.
Reblin explicou ainda a importância do isolamento social para achatar e atenuar a curva dos casos da Covid-19. Quanto maior o percentual de pessoas seguindo as recomendações, mais fôlego o sistema de saúde ganha.
"Monitoramos as curvas aqui no Estado e também no país. As análises das tendências são nítidas. Quando o isolamento social é aplicado, essa curva diminuiu e, consequentemente, os adoecimentos de pessoas que vão parar nos hospitais também cai", destaca.
Por fim, o secretário de Estado de Vigilância em Saúde lembrou que caso o percentual de isolamento caia ainda mais, pode ocorrer uma explosão de novos casos, o que colocaria a capacidade de internações em cheque.
"Uma eventual explosão de novos casos pode significar uma ocupação total de leitos de UTI's. Não quer dizer que não teríamos capacidade para atendermos, mas tornaria a situação muito mais grave. Nesse sentido, seria necessário caminhar para um fechamento total não só do comércio, pois as pessoas precisariam ficar em casa. Por isso que é fundamental cumprir com o isolamento", finalizou Reblin.
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