O título e o texto desta matéria diziam que a vacinação no Espírito Santo começaria a ser interrompida na sexta (22), porém Viana finalizou a imunização com o primeiro lote de vacinas na quarta (20). As informações foram alteradas.
A alegria de, enfim, começar a vacinação contra o coronavírus no Espírito Santo deve durar tanto quanto as doses de Coronavac: pouco. Em Viana, a campanha de imunização com o primeiro lote da vacina foi finalizada nesta quarta-feira (20) e em outras cidades da Grande Vitória deve ser concretizada entre sexta-feira (22) e a próxima semana.
As 101.320 mil doses da Coronavac foram enviadas pelo Ministério da Saúde na última segunda-feira (18) ao Estado, por volta das 18 horas. O lote deve imunizar cerda de 48 mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Saúde (Sesa). Na terça-feira (19), logo pela manhã, as vacinas foram transportadas para os municípios capixabas.
As aplicações da primeira e segunda dose devem ocorrer no intervalo de 14 a 28 dias. O público-alvo são os profissionais da saúde, indígenas e idosos que vivem em instituições de longa permanência.
No entanto, nem todos os capixabas que se enquadram nesta primeira fase, 271.788 pessoas, serão imunizados, já que o lote de Coronavac enviado pelo Ministério da Saúde não é suficiente.
Mais que isso, as doses já estão acabando e não há sequer expectativas de que um novo lote chegue ao Espírito Santo por questões externas ao Estado, como a ausência de insumos para a produção da Coronavac e a falta de cronograma do governo federal para aplicar o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.
Com o que há de imunizantes atualmente, os municípios da Grande Vitória foram os que receberam a maior quantidade. A maioria deles, como Vitória, Cariacica, Vila Velha e Serra, já começou as aplicações, mas outros, como Guarapari e Fundão, ainda não deram início à campanha.
Dos municípios que iniciaram, a vacinação deve ser interrompida na sexta-feira (22). São os casos de Vitória, Cariacica e a Serra. Guarapari, por sua vez, ainda não deu início a campanha de imunização e Vila Velha afirmou que deve finalizar a primeira fase de vacinação apenas na próxima semana.
Na cidade de Viana, onde foram entregues 354 doses da Coronavac, a vacinação se encerra nesta quarta-feira (20) para os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, vacinadores atuantes da rede urgência e também para os moradores do Centro de Convivência Lar Genoveva, no bairro Universal.
Vitória recebeu, no total, 4.769 doses da Coronavac e começou nesta terça-feira (19) a vacinar a população. José Firmino, de 93 anos e morador da Sociedade de Assistência à Velhice Desamparada, o Asilo dos Idosos, que fica na Ilha de Monte Belo, foi o primeiro imunizado. Na ocasião, a secretária de Saúde do município, Thais Cohen, confirmou que a intenção é que a primeira fase de vacinação seja concluída até sexta-feira (22).
Na Serra, o programa de imunização começou na segunda-feira (18), quando seis profissionais do Hospital Dr. Jayme Santos Neves foram vacinados. Nesta quarta (20), a prefeitura deu sequência à campanha, realizando a imunização de moradores de uma instituição de longa permanência de Nova Almeida. A Prefeitura da Serra informou que a previsão é de que todas as 3.763 doses recebidas sejam aplicadas até sexta-feira (22).
Cariacica teve uma idosa de 102 anos como primeira moradora imunizada no município. Joana Ornelas dos Santos é moradora do Lar do Idoso Avedalma, no bairro Morrinhos, região de Cariacica Sede, desde 2014. A prefeitura informou que, até o momento, 121 pessoas entre idosos e profissionais de saúde que trabalham em três instituições de longa permanência foram imunizados. A intenção da prefeitura é que até sexta-feira (22) todas as 2.156 doses sejam aplicadas no município.
Vila Velha começou nesta terça-feira (19) com uma idosa de 76 anos a vacinação da população alvo desta primeira fase de imunização. A prefeitura do município informou que até sexta-feira (22) 890 pessoas, entre idosos e trabalhadores de instituições de longa permanência, serão vacinados, mas que a aplicação completa do primeiro lote de 4.263 vacinas da Coronavac deverá ser concluída na próxima semana.
Em Guarapari, a prefeitura informou que inicará a campanha de vacinação nesta quinta-feira (21). Por isso, aplicação de todas as 712 doses do primeiro lote da Coronavac será concluída apenas na próxima semana.
A reportagem de A Gazeta demandou a prefeituras de Fundão, mas não obteve retorno. Assim que houver um posicionamento, o texto será atualizado.
A chegada de novas doses da vacina contra o coronavírus para o Espírito Santo está sendo atravessada por uma série de fatores nacionais e internacionais, como a falta de insumos no país, a estremecida relação do Brasil com a China, a expectativa pela liberação de novos lotes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além dos desencontros do governo federal sobre o tema.
A Anvisa liberou, no último domingo (17), o uso emergencial da fórmula da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca. No Brasil, ela será produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Porém, nenhuma dose se encontra no país no momento.
Já a Coronavac é de produção do Instituto Butantan, em São Paulo, que tem capacidade de fazer um milhão de doses por dia. Mas, para chegar nessa quantidade são necessários mil litros de vacina concentrada, exportados pela empresa chinesa Sinovac Biotech.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória (92,5 FM) nesta quarta-feira (20), o governador Renato Casagrande revelou que a vacinação só ganhará ritmo a partir de março, com a possível chegada de insumos ao Brasil — e que o Estado deve receber vacinas até o terceiro mês do ano "a conta-gotas".
Casagrande aproveitou para criticar a relação diplomática que o Brasil tem com os países que devem fornecer os insumos para fabricação da vacina. "Não temos muitas perspectivas porque a China e a Índia não priorizaram o Brasil no envio de insumos. Nossa preocupação é de que, de fato, não consigamos quantidade maior de doses a partir de março se a importação de insumos não acontecer", frisou.
Casagrande relembra que a Fiocruz e o Instituto Butantan têm capacidade para produzir, cada um, 30 milhões doses de vacina por mês, mas que sem insumos, o país pode ficar "atrás" na corrida para imunizar todos os brasileiros. "O governo do Estado está em contato com diversos laboratórios, mas falta fornecedor. Já reservei recurso para comprar vacinas. Continuamos abertos e dialogando com laboratórios para, no decorrer do ano, possamos comprar vacinas", finalizou.
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