O governo do Espírito Santo acabou com a obrigação do uso de máscara em todo o Estado, seja em locais abertos ou fechados. Embora dados relativos à pandemia de coronavírus apontem para uma redução importante do número de casos e de mortes pela doença, especialistas afirmam que alguns cuidados ainda são necessários, principalmente a manutenção de um esquema vacinal completo.
A partir desta quarta-feira (6), além do fim das máscaras, outras medidas de enfrentamento à Covid-19 foram extintas. Logo, também acaba a exigência do passaporte da vacina e a publicação do mapa de risco, assim como as restrições associadas a ele.
O uso do equipamento de proteção individual era obrigatório desde maio de 2020, nos primeiros meses da pandemia de coronavírus. Segundo o governo, atualmente, a taxa de transmissão está em 0,19, a menor desde março de 2020. Essa taxa significa que dez pessoas infectadas com o vírus transmitem para outras duas.
O médico infectologista Crispim Cerutti Junior avalia que é cedo para abandonar o cuidado. Ele ressalta que, embora o risco seja baixo, ele existe e a máscara ainda é importante nesse momento.
"Se uma pessoa com Covid se aproxima de outras dez, duas serão infectadas. É um risco palpável. Seria prudente usar máscara. Temos uma transmissão baixa, mas se ninguém se proteger, a transmissão é baixa mas vai continuar acontecendo. Se todo mundo se protegesse, talvez baixasse mais ainda", argumenta.
Ele lembra que, mesmo que os casos continuem a baixar nos próximos meses, ainda vamos conviver com a Covid-19 durante muito tempo. Por isso, recomenda que a população se lembre das recomendações básicas.
O doutor em Imunologia e professor da Ufes Daniel Gomes também aponta que, sem a máscara é essencial manter os demais cuidados, com destaque para a vacinação. "Estamos indo para uma fase em que as pessoas não vão ter mais obrigatoriedade em manter a máscara. Elas terão mais facilidade de disseminação e por isso é importante reforçar o outro lado de proteção", afirma.
De acordo com dados apresentados em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6), o Espírito Santo tem 90% dos adultos vacinados com duas doses e 49% deles também com a terceira dose. O Estado tem ainda 88% dos idosos com a terceira dose, 69% dos adolescentes com segunda dose, e 46% das crianças com a primeira dose contra a Covid-19.
Gomes ressalta que, embora a obrigatoriedade tenha acabado, não quer dizer que o indivíduo esteja impedido de usar a máscara.
"Eu aconselho usar a máscara em ambientes fechados em que vai haver aglomeração, em que não há controle sobre distanciamento. Também vale para o indivíduo com comorbidade, como diabetes, doenças inflamatórias crônicas, indivíduo idoso, e quem não está com o regime de vacinação completo", recomenda.
Ele aponta ainda que o equipamento protege também contra outras doenças respiratórias. Por isso, ela deve ser usada em hospitais ou por pessoas doentes, mesmo que seja uma gripe, por exemplo. "É preciso criar uma cultura de proteção coletiva."
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