Depois de 40 semanas e todos os cuidados da gestação sendo seguidos à risca, um casal de Vitória aguardava a chegada do primeiro filho. A servidora pública Isabela Couto, de 30 anos, e o publicitário Caetano Monteiro, 35, estavam preparados para que o pequeno Tom viesse ao mundo de parto normal na maternidade. Mas Tom não quis saber de hospital.
Na noite da última quarta-feira (14), Isabela começou a sentir as contrações, que se prolongaram por toda a noite. O casal já estava preparado para a hora de ir para a maternidade. “Estava tudo normal, as malas do neném estavam prontas. As contrações começaram leves à noite, passamos em claro, mas tudo dentro da normalidade”, contou Caetano.
Já na tarde da quinta-feira (15), a doula - nome dado à assistente de parto que acompanha a mulher ao longo da gravidez com foco no bem-estar da gestante e do bebê - chegou à casa do casal e, em uma primeira observação, viu que Isabela tinha apenas um centímetro de dilatação. A previsão, então, era de que Tom nascesse na madrugada da sexta-feira (16).
“A média é que a cada hora cresça mais 1 cm, e o ideal para o parto é de 8 a 10 cm, e a doula disse que isso duraria a noite toda e ele (Tom) viria na madrugada”, explicou o pai.
Contudo, por volta de 17h30 as contrações aumentaram e a bolsa rompeu. Caetano fez contato com a doula e com a obstetra e todos se preparavam para ir para o hospital, mas não houve tempo nem de sair de casa.
Cerca de dez minutos depois, Tom nasceu com 50 centímetros e pesando três quilos. “Eu já estava colocando as bolsas dentro do carro. Seguindo tudo certo para não ter nenhum contratempo. Mas, quando foi por volta de 17h40, o Tom veio”, contou.
Depois do parto inesperado em casa e feito pelos pais, chegaram a doula a obstetra, ainda sem acreditar no que o casal contava.
“Ninguém queria acreditar. Quando liguei pra doula, ela perguntou 'como assim?', a mesma coisa com a obstetra. Ninguém estava acreditando”, contou.
Com as profissionais já na casa com a mãe e o bebê, todo o procedimento de pós-parto foi feito. Mais tarde, um pediatra também fez os testes no Tom, que nasceu forte e saudável.
Caetano falou sobre a sensação da incrível experiência de fazer, junto com a esposa, o parto do próprio filho. Segundo ele, a tranquilidade e a confiança do casal foi a chave para que tudo desse certo.
“Por incrível que pareça, em nenhum momento a gente ficou ansioso. Vai chegar, a gente não tem controle nenhum sobre isso. Então é confiar. A gente se manteve muito tranquilo. A única coisa que eu sou nessa história é um assistente. Quem fez o parto foi ela e o meu filho. Eu só fui o assistente, dei um apoio”, contou.
Na tarde deste sábado (17), enquanto o pai conversava com a reportagem, Tom completava o terceiro dia de vida e tomava o primeiro banho, dado pela avó. “Agora ele tá sendo paparicado pela família”, completou o pai, orgulhoso.
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