Publicado em 12 de fevereiro de 2023 às 08:18
Sambão do Povo lotado, muita animação, luxo e samba na ponta da língua. Assim foi o desfile do Grupo Especial do Carnaval de Vitória, que começou na noite de sábado (11) e terminou na manhã deste domingo (12). Sete escolas atravessaram a avenida em busca do título de campeão de 2023.
A noite começou com o desfile da Unidos da Piedade, seguida por Unidos de Jucutuquara, Novo Império, Independente de Boa Vista, Mocidade Unida da Glória (MUG), Andaraí e Chegou O Que Faltava. A Gazeta preparou um resumo com os principais momentos do segundo dia de desfiles no Sambão do Povo. Confira:
A Unidos da Piedade abriu os desfiles do Grupo Especial neste sábado (11). Com o enredo "Bino Santo e as lutas que ecoam no morro", a agremiação que ostenta mais títulos no Carnaval de Vitória mostrou no Sambão do Povo a relação de São Benedito com a construção da cultura popular do Centro da Capital.
A escola levou para a avenida um desfile repleto de emoção ao falar da relação da comunidade com o padroeiro, com muitas figuras religiosas presentes em seus carros alegóricos. O sinal verde para a agremiação começar seu show foi pontualmente às 22h, e o destaque ficou por conta da a iluminação especial na passarela do samba, apresentando as cores da escola: verde, vermelho e branco.
Um problema no terceiro carro, que precisou fazer manobras complicadas para ficar alinhado na pista, acabou fazendo a escola extrapolar o tempo permitido, além de terem se formado alguns buracos na avenida durante a evolução. A escola encerrou o desfile com 1 hora, 6 minutos e 57 segundos, quase 5 minutos a mais do limite pelo regulamento, que é de 1 hora e 2 minutos.
A Unidos de Jucutuquara foi a segunda escola de samba a desfilar, trazendo o forró, a quadrilha e a culinária do Espírito Santo para o Sambão do Povo. Com o enredo "Onde ocê foi morar?", a agremiação contou a história de um jovem que deixou o Nordeste com destino a Vitória, mostrou o trajeto até a Capital, o acolhimento e o orgulho de migrantes que se tornaram capixabas de coração.
O desfile empolgou o público nas arquibancadas, mas as últimas alas da escola precisaram correr no fim. Mesmo assim, o tempo máximo de apresentação foi extrapolado em um minuto, o que pode resultar em perda de pontos na apuração final.
Com o samba na ponta da língua, os integrantes transmitiram a energia do enredo, contagiando o público, que cantou junto com a escola nas arquibancadas. O ritmo começou tranquilo. No final do desfile, porém, os integrantes das últimas alas tiveram de acelerar o passo. Mesmo correndo, a escola não evitou o estouro do tempo máximo de desfile, que era de 62 minutos ou 1h02min. A apresentação foi encerrada com 1h03min26s.
Atual campeã do Carnaval de Vitória, a Novo Império entrou na avenida à 1h06 deste domingo (12), com o enredo "Imperium — abram alas para vossas majestades", a coroa que simboliza a agremiação, em um elemento cenográfico da comissão de frente, mostrava que a escola planeja reinar no Sambão. Entre os destaques, a bateria e suas paradinhas, que contagiaram o público.
A emoção tomou conta logo no início do desfile, quando o público deu um show de luzes na arquibancada para receber a agremiação, momento que fez muito folião ir às lágrimas. No final do desfile, um dos destaques foi a Miss Universo 2022, Mia Mamede, que liderava um grupo de misses de municípios capixabas.
Apesar de vir forte, com grandes carros, bastante ornamentados e componentes animados e cantando junto, a Novo império, assim como as duas primeiras escolas, também excedeu o tempo limite em 1 minuto e 23 segundos.
Quarta escola a se apresentar no Sambão do Povo, já na madrugada de domingo (12), a Independente de Boa Vista empolgou o público com o enredo "Humor: tanto riso, oh, quanta alegria... No tom da canção a Boa Vista contagia". A bateria Águia Furiosa abusou das paradinhas e o trecho do samba "Sorrir é resistir" caiu na boca do público.
A escola foi a primeira da noite a terminar o desfile dentro do tempo máximo previsto — 1h02min. Passou pela avenida em 1 hora e 44 segundos e se despediu do público aos gritos de "É campeã" pela arquibancada. As fantasias apresentadas pela escola levaram muito colorido e brilho, preenchendo a avenida. A escola apresentou também muitos destaques de chão, com fantasias elaboradas e carros coloridos e com efeitos de fumaça.
O segundo carro homenageou programas de humor da TV brasileira, com destaque para o banco de "A Praça é Nossa", além do símbolo do Casseta & Planeta. Para que todos os integrantes mantivessem o samba no pé durante o percurso, uma placa lembrava os passistas que era preciso cantar e evoluir.
A Mocidade Unida da Glória (MUG), quinta escola a brilhar no Sambão do Povo, levou para a avenida carros grandiosos e fantasias luxuosas. Com o enredo "A caminho das terras do sol poente", a agremiação homenageou, na madrugada deste domingo (12), a cidade de Colatina como protagonista de tradição e da modernidade. Ao fim, saiu sob os gritos de "É campeã".
O que mais se comentou nos camarotes e arquibancadas foi sobre o luxo das fantasias. A escola investiu em acabamento e materiais que impressionaram. O segundo carro, com o tema "Café, a bebida da princesa", espalhou cheiro de café pela avenida e encantou os foliões.
Além da alegria, a emoção também tomou conta dos componentes por conta de um fato marcante para a agremiação. Pela última vez, Fernanda Figueredo entrou na avenida como rainha da MUG, depois de 21 anos de reinado. A escola, que acelerou o passo no início do desfile, terminou com folga: 56min47s (o máximo permitido é de 62 minutos). No final, ainda aplaudida pelo público, a rainha Fernanda saiu pisando com o pé direito fora da linha amarela que sinaliza o fim da avenida.
A Andaraí foi a sexta escola a passar pelo Sambão do Povo, já no amanhecer deste domingo (12), com o sol raiando. O enredo foi "Carlos Magno e os doze pares de França: Imperador do sertão, soberano da esperança", levando a asa branca, as águas do velho São Francisco e o bem vencendo o mal. Com um toque de forró, cantou a cultura nordestina, mas teve problema com carros alegóricos.
Entre os destaques da cultura nordestina, a literatura de cordel, os mamulengos e as rendeiras, que estavam em alas e alegorias. O samba-enredo também empolgou, particularmente por usar um pouco do forró. E a bateria Puro Veneno deu o toque ritmado que contagia o público.
Com uma estrutura muito grande, o abre-alas "Castelo Medieval" acabou se separando. Ele estava acoplado por correntes, que se soltaram, e as duas partes ficaram desligadas na avenida. A alegoria As Assombrações do Sertão demorou a entrar na avenida, prejudicando a harmonia.
Foi com muita animação que a Chegou O Que Faltava encerrou o espetáculo do Grupo Especial, na manhã deste domingo (12), já com sol forte. O desfile da agremiação de Goiabeiras começou às 6h56, apresentando o enredo O Tesouro que Faltava, que valorizou os tesouros capixabas.
A comissão de frente mostrou uma batalha entre piratas, sereia e seres marinhos. Um carro abre-alas representava o mar e soltava bolhas de sabão na avenida. Um dos destaques foi a musa Evelyn Bastos, que é rainha de bateria da Estação Primeira de Mangueira, do Rio de Janeiro, há 10 anos. Ela precisou tirar as sandálias e atravessou o Sambão descalça.
A escola abusou do colorido, com muito roxo, laranja, amarelo, verde e vermelho, o que chamou a atenção mesmo com a apresentação tendo acontecido em sol forte. O desfile foi encerrado dentro do tempo, com 58 minutos e 13 segundos.
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