Em uma gravidez de gêmeos, sempre surge a dúvida se eles serão idênticos ou não. Com os sêxtuplos de Colatina, no Noroeste do Estado, que tiveram o sexo revelado no último sábado (22), não seria diferente. Afinal, será que eles vão nascer todos iguais? Para responder a essa pergunta, a reportagem do g1 ES conversou com o médico obstetra Thiago Martinelli, que está acompanhando a gestação de Quezia Romualdo, mãe dos seis bebês.
Segundo o médico, os sêxtuplos estão em placentas diferentes. Por isso, ainda é difícil saber se eles têm o mesmo material genético e se podem ser idênticos. De acordo com ele, para saber se os gêmeos vão ser idênticos, os profissionais analisam se os bebês possuem algo em comum, como a placenta.
Ainda segundo o médico, esse tipo de identificação é mais fácil de fazer quando são apenas dois ou três bebês. Como, no caso de Quezia, são seis, fica mais difícil afirmar com mais certeza sobre como serão as crianças.
"Como são seis crianças, a gente fica meio perdido. No caso dela, é difícil falar de porcentagem. Para saber se todos têm o mesmo material genético, só depois que eles nascem, com o tempo, desenvolvendo e fazendo testes, como, por exemplo, o tipo sanguíneo. Aí vai dar para saber", explicou o obstetra ao g1 ES.
Quezia e o marido, Magdiel Costa, descobriram em um chá revelação, realizado no último sábado (22), que estão esperando duas meninas e quatro meninos, que terão os nomes de Théo, Matteo, Lucca, Henry, Maytê e Eloá. Segundo o obstetra, pela posição em que as duas meninas estão, próximas uma da outra, pode ser que elas sejam do mesmo material. Portanto, a chance delas serem idênticas é um pouco maior.
Para o médico, o mais importante é acompanhar o desenvolvimentos dos bebês e ver como eles estão crescendo e se alimentando. O fato de os sêxtuplos estarem em placentas separadas ajuda no crescimento.
"Em placentas separadas é melhor. Um bebê pode estar em uma posição melhor, uma placenta desenvolver mais do que a outra e a chance disso acontecer é grande. Um pode acabar pegando mais peso que o outro, e essas coisas a gente precisa ficar muito atento", comentou o obstetra.
Justamente pela necessidade de atenção, Quezia está fazendo consultas semanais para ver como estão os bebês. "A gente precisa avaliar de perto, por isso fazemos ultrassom semanal. Como o caso dela, que os bebês não estão na mesma placenta, se algum deles estiver mais fraquinho, vamos ter que avaliar cada possibilidade. Tem soluções específicas que podem ser feitas para cada caso, mas eles estão crescendo direitinho", informou o médico.
Desde o início, quando ficou sabendo que estava grávida de seis, Quezia sabia que estava em uma gestação especial. Por isso, a hora do parto também precisa de uma operação delicada multiplicada por seis.
A mãe já está no quarto mês de gestação e todo o suporte médico já está sendo planejado para o dia do nascimento dos bebês. Os sêxtuplos devem nascer prematuros, mas Thiago Martinelli diz que é difícil precisar uma data.
Por enquanto, os médicos trabalham com a possível data de nascimento: entre o final de agosto e o mês de setembro. A diretora técnica Júlia Mattedi, do São Bernardo Apart Hospital, onde os bebês devem nascer, explicou ao g1 ES os preparativos.
"A gente vai precisar de todo o suporte que a medicina oferece. É tudo multiplicado por seis. No dia serão seis pediatras, por exemplo, um para cada criança. Também já estamos comprando ventiladores mecânicos e incubadoras com umidificador. É como se a gente fosse montar uma segunda Utin dentro do hospital. O mais importante é a gente dar todo o suporte para essas crianças", comentou a diretora técnica.
A partir da 20ª semana de gestação, se houver necessidade, Quezia será internada para garantir repouso e um acompanhamento médico diário.
O hospital conta rotineiramente com quatro pediatras. Com o nascimento dos sêxtuplos, será necessário um número maior de profissionais disponíveis. Por isso, uma lista com médicos já foi criada. Eles ficarão de sobreaviso e serão acionados assim que iniciar o parto.
Além dos seis pediatras, pode ser necessário contar com o apoio de médicos de outras especialidades. Por isso, a lista de profissionais de sobreaviso também inclui oftalmologista, cardiologista pediátrico, neuropediatra e até cirurgião pediátrico.
Após o nascimento, os seis bebês devem permanecer na Utin por alguns meses, até ganharem peso suficiente para ir para casa.
“Vamos imaginar que eles nasçam com 1kg cada um, é esperado que eles fiquem de dois a três meses só para ganhar peso. A média de ganho de peso é de 15 gramas ao dia, é bem devagarinho. Nesse período, a mãe poderá retirar o leite com a bombinha para as crianças serem amamentadas, ou contar com uma dieta própria para os prematuros caso ela tenha dificuldade nesse processo”, finalizou Júlia.
Com informações da repórter Viviane Lopes, do g1 ES
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