Um dia após a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informar que a infecção do novo coronavírus tem avançado rapidamente entre os profissionais da saúde, totalizando 507 no último domingo (26), o presidente do Sindicato dos Médicos, Otto Baptista, afirmou que irá fiscalizar os hospitais em que há denúncias de falta de equipamentos de proteção individual.
Em dois dias, o número de médicos, enfermeiros, assistentes e auxiliares de enfermagem, além de outros funcionários que atuam no setor, cresceu 34,31%. Foram 201 novos registros em comparação com a última sexta-feira (24), quando havia 306 ocorrências.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos, Otto Baptista, o que tem contribuído para o crescimento do número de profissionais da saúde infectados é o fato de que - além deles estarem na linha de frente do combate à doença, eles estariam atuando sem o rodízio necessário nas escalas e sem equipamentos de proteção individual para todos.
"Até o próximo fim de semana esse número deve aumentar e nossa preocupação é o colapso que pode ser causado com a população desassistida. O correto seria mudar a equipe de linha de frente a cada 14 dias, com folga de 14 dias, o que não acontece. O excesso de trabalho ligado a falta de equipamentos de proteção individual com certeza ocasionaram esses números. Por isso, faremos uma blitz em Prontos Atendimentos, principalmente da Serra, onde temos denúncias de falta desses materiais", afirmou.
Procurada, a Prefeitura da Serra negou que esteja faltando equipamentos de proteção individual para profissionais da saúde no município.
"A informação não procede. A Prefeitura adotou uma série de procedimentos para evitar a contaminação em suas unidades. Os colaboradores estão recebendo os equipamentos de proteção individual e as equipes foram reforçadas com a contratação de mais médicos e enfermeiros. Também foi adotado o fluxo separado para atender pacientes com síndromes gripais", garantiu, por nota.
A reportagem da TV Gazeta conversou com Fabiano Ribeiro, subsecretário de Estado da Assistência em Saúde, que afirmou que há equipamentos de proteção individual para todos os profissionais em quantidade suficiente, mas que o Estado está usando esse material de forma regrada para que não falte em um momento de maior necessidade.
"Temos esses equipamentos disponíveis porque precisamos cuidar dos nossos profissionais de saúde. Já tínhamos essa previsão de profissionais infectados. Está dentro da nossa meta de 30%. Aliás, por enquanto temos um número abaixo dessa média (28%). Obviamente, mesmo assim, ainda é fator de preocupação, pois nosso bem mais valioso são nossos trabalhadores e profissionais. O racionamento que fazemos é para que não faltem equipamentos", afirmou.
Vila Velha apresenta o maior número de registros, com 141 casos. Vitória vem em seguida com 130 trabalhadores entre os diagnosticados. Depois aparece a Serra com 128 infecções.
De acordo com o painel, 378 profissionais, entre os 507 infectados, são mulheres. A maioria tem entre 20 e 39 anos (304). A segunda faixa de idade mais atingida é de 40 a 49 anos (126). Em seguida aparece o grupo de 50 a 59 anos (65). Dez profissionais têm entre 60 e 69 anos e um tem 89 anos.
Dos casos confirmados, 505 passaram por exames laboratoriais para ter a doença diagnosticada. Já outros dois passaram por análise clínico-epidemiológica. O boletim ainda mostra que 89 deles têm comorbidades, como doenças cardiológicas (42), diabetes (19), obesidade (7), problema pulmonar (15), tabagismo (5) e renal (1).
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