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SML de Cachoeiro fica sem legista e famílias aguardam liberação de corpos

SML de Cachoeiro fica sem legista e famílias aguardam liberação de corpos

Administrador da unidade disse que médico está de férias, mas que já fez contato com legista de Vitória solicitando deslocamento até a cidade do Sul do Espírito Santo

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 13:25

 - Atualizado há 3 meses

Sem legista, famílias aguardam aguardavam liberação de corpos no SML de Cachoeiro
Sem legista, famílias aguardam aguardavam liberação de corpos na SML de Cachoeiro Crédito: Carlos Barros

Familiares de cinco pessoas que morreram no domingo (9) ficaram indignadas na manhã desta segunda-feira (10) por conta da falta de médico legista na Seção Regional de Medicina Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. A informação de um funcionário da unidade à reportagem da TV Gazeta Sul era de que os corpos seriam encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML), em Vitória.

O aposentado Antônio Riberio de Almeida foi local pela manhã liberar o corpo da sobrinha, vítima de um atropelamento. Ele contou que a intenção era dar um enterro digno para ela.

“Estou esperando a liberação, mas não sabe se vai ficar aqui ou levar para Vitória, não sabemos que hora. Ficamos naquele sentimento de espera, de angústia, de dar um descanso ao menos digno. Disseram que não fizeram autópsia ainda”, disse o aposentado.

O administrador da SML de Cachoeiro de Itapemirim não quis gravar entrevista, mas explicou que o médico legista entrou de férias no dia 27 de janeiro e que normalmente, nesses períodos, os corpos são encaminhados para Vitória pela baixa demanda na unidade do Sul do Espírito Santo. Segundo ele, foi feito contato com o médico de Vitória para avaliar a possibilidade do profissional se deslocar até Cachoeiro de Itapemirim.

Reginaldo Martins Souza, que esperava pela liberação do corpo de um sobrinho, reclamou ainda da falta de informações por parte dos funcionários. “Desde quando foi identificado e trazido, ninguém passou informação, pediram para sair e aguardar aqui fora. É uma situação muito complicada. A desculpa é que não tem médico e soubemos isso por terceiros, pois não deram nenhum tipo de informação”, reclamou o familiar.

Em nota, a Polícia Científica informou que trabalha para garantir todos os serviços em funcionamento à população. Pela manhã desta segunda-feira (10), não havia médico de plantão, e existia um planejamento para enviar os corpos para o Instituto Médico Legal. Devido à demanda elevada, um médico do IML se deslocou até Cachoeiro de Itapemirim, realizou os exames e os corpos já foram liberados, restando apenas um corpo o qual a família não solicitou liberação.

O que diz o SML

Segundo apuração do repórter Matheus Passos, da TV Gazeta, na tarde desta segunda-feira (10), todos os cinco corpos foram liberados por um médico legista que veio de Vitória. De acordo com o SML de Cachoeiro de Itapemirim, o procedimento padrão, quando um médico legista entra de férias, é que os corpos sejam encaminhados para o SML de Vitória e, após os procedimentos, voltam para Cachoeiro. 

Entre sábado (8) e segunda-feira (10), cinco acionamentos foram realizados. O SML afirmou, ainda, que segue buscando estratégias para a resolução do problema.

Na noite desta segunda-feira (10), em nota, a Polícia Científica classificou o episódio como pontual e que será solucionada brevemente. Confira a nota:

"A Polícia Científica esclarece que a situação ocorrida no SML de Cachoeiro de Itapemirim foi um evento atípico e pontual, decorrente de uma demanda extraordinária em um único dia. Importante ressaltar que medidas já estavam previamente estabelecidas para garantir a continuidade dos serviços, incluindo: reforço sob demanda com profissionais de outros serviços de Medicina Legal; encaminhamento de casos específicos, como ossadas, múmias e corpos carbonizados, para Vitória, otimizando a realização das perícias e remanejamento de cadáveres para Vitória. A Polícia Científica mantém um monitoramento constante da demanda nos SMLs do Estado e realiza ajustes operacionais sempre que necessário, garantindo que situações excepcionais como essa sejam resolvidas da forma mais ágil possível".

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