Foram necessárias três horas de chuva para deixar diversas ruas e avenidas completamente alagadas em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, na tarde dessa terça-feira (9). A situação, na visão de moradores, se agrava a cada temporal. Para solucionar os maiores problemas na cidade, o custo total estimado é de R$ 100 milhões, segundo a Defesa Civil.
Coordenador da Defesa Civil municipal, Elio Carlos Miranda pontua que três elementos têm favorecido o aumento de alagamentos em Cachoeiro. “A primeira é a quantidade de área construída que aumentou e reduziu o poder de absorção de água no solo. A segunda são as construções irregulares, entre elas em áreas de risco, ao longo dos anos e a terceira é o cuidado do cidadão com o meio ambiente, hábitos de jogar lixo em locais impróprios que acabam nas galerias”, enumerou.
Segundo a prefeitura, há um projeto concluído para evitar os alagamentos na região do bairro Nova Brasília. Ele compreende, além da macrodrenagem, a recomposição de vias. “Há dois anos este projeto era estimado em R$ 17 milhões, hoje com novas intervenções previstas, está estimado em R$ 33 milhões. Para as sete microrregiões da cidade mais afetadas, a estimativa é de R$ 100 milhões”, revelou o coordenador da Defesa Civil municipal.
Miranda diz que a prefeitura busca captar recursos para os projetos. Enquanto isso, a Defesa Civil prevê para os próximos quatro meses dar manutenção (com limpeza e desobstrução de galerias) nos bairros afetados.
De acordo com a Defesa Civil do município foram 46 milímetros de chuva registrados na tarde de ontem, das 14h50 às 18h. Os bairros mais afetados foram o Zumbi, Gilson Carone, Parque Laranjeiras e Alto Monte Cristo.
Pela quinta vez neste ano, os moradores e comerciantes do bairro Nova Brasília voltaram a ter prejuízos. Luiz Carlos Silva Possamai, que mora na Rua Etelvina Vivácqua, disse que está cansado de ver a mesma situação todas as vezes que chove.
“Esta chuva foi a pior neste ano. É uma humilhação que sofremos, meus vizinhos perderam móveis, comerciantes perderam produtos. Há 10 anos estamos esperando o projeto de macrodrenagem sair do papel, esperando promessas captação de recursos e nada. Loja estão fechando aqui e pessoas já se mudaram pois não aguentam mais a situação”, disse o morador.
O problema, que é antigo em alguns pontos da cidade, tem se tornado a realidade em outros pontos de Cachoeiro, que não sofriam com alagamentos. Um deles é a Rua Bernardo Horta, no bairro Guandu. Ontem, lojistas tentavam impedir a entrada da água com rodos. A via é uma das mais movimentadas da cidade por concentrar o forte centro comercial.
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