Contração abrupta do diafragma seguido de fechamento da glote. Parece uma explicação difícil, mas é como acontece o soluço, a força feita pelo abdômen e a reação interna da garganta. O movimento involuntário e às vezes difícil de ser interrompido pode ser ocasionado por diferentes manifestações do corpo, como o refluxo e até um quadro de infarto. De acordo com especialista, o sinal de alerta deve ser ligado quando o soluço dura mais de 48h, sendo considerado algo persistente, e deve ser alvo de análise dos médicos.
O tempo estabelecido, aliás, é muito menor do que o período em que o presidente Jair Bolsonaro alegou estar sofrendo com o soluço. No início da semana, o chefe do executivo disse que estava com o sintoma havia dez dias.
Segundo a médica gastroenterologista e hepatologista Mariana Pacheco, o soluço é um sintoma comum no dia a dia, mas que passa a ser preocupante quando ultrapassa 48h de persistência.
"Chamamos de persistente quando ele dura mais de dois dias. Geralmente o soluço acaba rapidamente. Um quadro de dez dias chama atenção, não é muito comum", diz a especialista.
Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, da Rádio CBN Vitória, a médica explicou que o período de sono não interrompe o soluço. Ou seja, o paciente tem dificuldade para dormir, comer e fazer outras tarefas do cotidiano.
De acordo com a médica, que é professora da Emescam e membro da Sociedade de Gastroenterologia do Espírito Santo, o soluço pode ser consequência de problemas diversos. Entre eles está o já conhecido refluxo. Mas ela também diz que pode ser sintoma até de um quadro de infarto. A inflamação pode estar entre a região bucal e o abdômen, explica.
Apenas o soluço, portanto, não é uma condição fatal, mas ele pode ser ocasionado por reações mais preocupantes do corpo.
À CBN Vitória, a especialista afirmou que medicamentos pode ajudam no tratamento do soluço. Mariana Pacheco ressalta a importância de investigar a causa, além de tratar o sintoma.
"Temos uma série de medicamentos que podem ser utilizados para interromper o soluço. Remédios podem ajudar, mas é importante, além de tratar os sintomas, ir atrás da causa. O soluço pode voltar depois do efeito da medicação", afirma.
A médica Mariana Pacheco afirma que sim, essas medidas funcionam. Hábitos normalmente conhecidos na infância, apesar de parecem estranhos, ajudam a controlar o ritmo da respiração.
As "dicas de vó" mais populares são: beber alguns goles de água, prender a respiração por segundos e até tomar um susto.
Segundo a especialista, as dicas podem ajudar, mas funcionam apenas para os soluços esporádicos, aqueles que duram pouco tempo. Se você estiver soluçando há mais de dois dias, o ideal é procurar atendimento médico.
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