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Soluço persistente: o que pode ser e como tratar?

Soluço persistente: o que pode ser e como tratar?

Segundo médica gastroenterologista, o soluço passa a ser preocupante quando dura mais de 48h. O presidente Bolsonaro tem enfrentado problema e foi hospitalizado

Publicado em 14 de julho de 2021 às 20:45

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Saiba o que pode significar o soluço
Saiba o que pode significar o soluço. (Pixabay)

Contração abrupta do diafragma seguido de fechamento da glote. Parece uma explicação difícil, mas é como acontece o soluço, a força feita pelo abdômen e a reação interna da garganta. O movimento involuntário e às vezes difícil de ser interrompido pode ser ocasionado por diferentes manifestações do corpo, como o refluxo e até um quadro de infarto. De acordo com especialista, o sinal de alerta deve ser ligado quando o soluço dura mais de 48h, sendo considerado algo persistente, e deve ser alvo de análise dos médicos.

O tempo estabelecido, aliás, é muito menor do que o período em que o presidente Jair Bolsonaro alegou estar sofrendo com o soluço. No início da semana, o chefe do executivo disse que estava com o sintoma havia dez dias.

Quais podem ser as causas dos soluços?

Segundo a médica gastroenterologista e hepatologista Mariana Pacheco, o soluço é um sintoma comum no dia a dia, mas que passa a ser preocupante quando ultrapassa 48h de persistência.

"Chamamos de persistente quando ele dura mais de dois dias. Geralmente o soluço acaba rapidamente. Um quadro de dez dias chama atenção, não é muito comum", diz a especialista.

Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, da Rádio CBN Vitória, a médica explicou que o período de sono não interrompe o soluço. Ou seja, o paciente tem dificuldade para dormir, comer e fazer outras tarefas do cotidiano.

O QUE CAUSA O SOLUÇO?

De acordo com a médica, que é professora da Emescam e membro da Sociedade de Gastroenterologia do Espírito Santo, o soluço pode ser consequência de problemas diversos. Entre eles está o já conhecido refluxo. Mas ela também diz que pode ser sintoma até de um quadro de infarto. A inflamação pode estar entre a região bucal e o abdômen, explica.

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Quando temos um paciente com soluço vamos em busca da causa. O problema pode estar na tireoide, às vezes pode ser de dente, refluxo e, dependendo da região, até alguns quadros de infarto. É algo muito complexo, já que pode ser manifestado de várias regiões do corpo

Mariana Pacheco
Médica gastroenterologista e hepatologista
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Apenas o soluço, portanto, não é uma condição fatal, mas ele pode ser ocasionado por reações mais preocupantes do corpo. 

HÁ TRATAMENTO?

Medicamentos vão sofrer reajuste em março
Medicamentos podem ajudar a amenizar o soluço. (Pixabay)

À CBN Vitória, a especialista afirmou que medicamentos pode ajudam no tratamento do soluço. Mariana Pacheco ressalta a importância de investigar a causa, além de tratar o sintoma.

"Temos uma série de medicamentos que podem ser utilizados para interromper o soluço. Remédios podem ajudar, mas é importante, além de tratar os sintomas, ir atrás da causa. O soluço pode voltar depois do efeito da medicação", afirma.

SUSTO, ÁGUA E RESPIRAÇÃO... HÁ CURA IMEDIATA PARA O SOLUÇO?

Copo de água
Copo de água pode ajudar a "curar soluço". (Pixabay)

A médica Mariana Pacheco afirma que sim, essas medidas funcionam. Hábitos normalmente conhecidos na infância, apesar de parecem estranhos, ajudam a controlar o ritmo da respiração.

As "dicas de vó" mais populares são: beber alguns goles de água, prender a respiração por segundos e até tomar um susto.

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As dicas agem no intuito de coordenar o músculo com a respiração. Diafragma e pulmão precisam se movimentar juntos, o que não acontece durante o soluço. Quando tomamos água, prendemos a respiração ou passamos por um susto, por exemplo, alteramos o funcionamento da glote. A partir desse momento, podemos voltar a respirar normalmente

Mariana Pacheco
Médica gastroenterologista e hepatologista
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Segundo a especialista, as dicas podem ajudar, mas funcionam apenas para os soluços esporádicos, aqueles que duram pouco tempo. Se você estiver soluçando há mais de dois dias, o ideal é procurar atendimento médico.

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