Nesta segunda-feira (22), o Espírito Santo registrou 59 mortes por Covid-19 - recorde de óbitos para um único dia desde o início da pandemia. Mas, segundo o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, alguns desses óbitos registrados nesta segunda não são exclusivamente deste dia.
Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, Reblin explicou que as informações de óbitos que ocorrem no fim de semana não chegam rapidamente para serem cadastradas e divulgadas oficialmente no Painel Covid-19. Por isso, mortes que aconteceram dois ou até três dias antes foram confirmadas apenas nesta segunda-feira (22).
Os óbitos que ocorrem no fim de semana, a informação não flui tão rapidamente como durante a semana. Então, a maioria dos óbitos divulgados no painel ontem (22) são de dois dias, alguns de três dias anterior. Então, esse número se acumula e, quando é divulgado, é divulgado em um único dia. Mas os óbitos também são de dias anteriores, disse.
Nos dias de semana, a contabilização dos óbitos acontece de forma mais acelerada. Segundo Reblin, o processo de confirmação de mortes por Covid-19 acontece normalmente em 24 horas, ou, no máximo, em 48 horas de segunda a sexta. Em um período normal, fora de uma pandemia, essa investigação dura até dois meses.
A gente consegue apurar mais rapidamente (nos dias de semana). Em um prazo de 24 horas, a gente tem a maioria dos óbitos já divulgados, e o prazo máximo é de 48 horas. Uma atividade que, no período normal, sem pandemia, é realizada em 60 dias uma investigação de doenças transmissíveis. E, nesse período, a gente está fazendo esse esforço grande para que no máximo em dois dias a gente tenha a maioria dos óbitos divulgados, explicou.
Questionado especificamente sobre os 59 óbitos desta segunda, o subsecretário disse que do total, 25 eram do dia anterior (domingo) e cinco de ontem (segunda-feira), que dá um total de 30 óbitos e não bate com a quantidade de mortes informadas no painel. A Secretaria de Estado da Saúde foi procurada para uma melhor explicação destes números e também para informar onde essas mortes aconteceram. Esta matéria será atualizada assim que a resposta for recebida pela reportagem.
Questionado sobre a ocupação de leitos de UTI e as condições estruturais da rede pública estadual para atender pacientes com a Covid-19, Reblin afirmou que a taxa de ocupação atual é segura e que o Estado conta com um planejamento de ampliar ainda mais os leitos de UTI. Apesar disso, reforçou a necessidade da população aumentar o isolamento social para controle da doença.
Nós fizemos um planejamento de chegar a 800 leitos de UTI. Hoje, temos cerca de 660 leitos de UTI, muito perto do nosso planejamento. Ontem, a taxa de ocupação era de 81,7%. Essa taxa é segura para nós, conseguimos manejar os pacientes de maneira adequada. Só que, se o isolamento social e a circulação de pessoas cair aos limites que a gente tem observado no fim de semana e início desta semana, essa taxa corre o risco de se aproximar de 90%, e leitos de UTI ocupados em mais de 90% significa medidas restritivas de circulação geral. Por isso, a gente pede a população para que permaneça em casa, porque essa doença não acabou entre nós, finalizou.
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