Alguns procedimentos médicos eletivos, como cirurgias, que precisam de internação em hospitais públicos do Espírito Santo, vão poder ser realizados nos hospitais filantrópicos e nas Santas Casas. Todos haviam sido suspensos, por determinação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a partir desta quarta-feira (13). O motivo foi o aumento de casos de Covid-19, de mortes provocadas pela doença e a alta taxa de ocupação de UTIs.
A informação é de Fabrício Gaeed, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Espírito Santo (Fehofes), que se reuniu na tarde desta quarta-feira (13) com representantes da Secretaria de Saúde.
Ele explicou que ficou acordado que alguns procedimentos poderão ser realizados e vão ser feitos nas unidades hospitalares que não sejam da gestão direta do Estado, como é o caso dos hospitais Dório Silva e Jayme Santos Neves, por exemplo.
O detalhamento de quais procedimentos poderão ser feitos e em quais hospitais ainda será publicado pela Sesa até a próxima sexta-feira (15). “Eles nos informaram que vão ser feitas notas técnicas autorizando a realização de alguns procedimentos e cirurgias eletivas nas Santas Casas e hospitais filantrópicos. Elas serão publicadas até sexta-feira (15)”, informou Gaeed.
O presidente da federação informou ainda que cada hospital que possui contratos com o governo do Estado terá um tratamento diferente, com autorização para realizar, por exemplo, cirurgias cardiológicas, oncológicas, algumas ortopédicas, dentre outras.
“Eles vão informar em qual hospital poderá ser feito determinado tipo de procedimento. Já os hospitais do Estado, como Dório e Jayme, por exemplo, vão continuar sendo referência em Covid”, explicou.
Não vão ser afetados por estas notas técnicas os filantrópicos com contratos assinados diretamente com os municípios, informou Gaeed.
Na reunião, também ficou assegurado, segundo o presidente da Fehopes, o financiamento destes procedimentos eletivos. “As Santas Casas e filantrópicos dependem deste financiamento para manter suas receitas e a Sesa garantiu que eles serão mantidos”.
A suspensão das cirurgias eletivas foi estabelecida na Portaria 004 e vale para os hospitais próprios do Estado e para aqueles contratualizados da rede pública sob gestão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Os procedimentos eletivos, que são aqueles que não necessitam de urgência, também foram suspensos por mais de quatro meses na primeira fase de expansão da pandemia, mas foram retomados em agosto, quando o Estado vivia um período de queda na taxa de transmissão do coronavírus e no número de internações.
Para justificar a suspensão, a Sesa cita na portaria a segunda fase de expansão do coronavírus, com crescimento de casos, óbitos e internações no Estado, e a "obrigação da garantia do acesso do paciente de urgência e emergência, seja atingido pela Covid-19 ou por outras condições coexistentes". A suspensão se aplica a procedimentos eletivos resultantes de demanda ambulatorial.
Em suas redes sociais, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes informou, em um vídeo, que a rede assistencial do Espírito Santo vem sendo pressionada em decorrência da expansão da doença, a Covid-19.
“Nós estamos preparando um ambiente assistencial capaz de agora, na segunda quinzena de janeiro e na primeira quinzena de fevereiro, suportar um novo crescimento de casos graves e de pacientes internados em enfermarias do nosso Estado. Para isso é preciso garantir que os recursos naturais e humanos que estão disponíveis sejam priorizados para atender tanto as urgências de outras doenças quanto as do Covid”, explicou.
Em nota, a Secretaria de Saúde (Sesa) informou que diante da segunda expansão de casos, internações e óbitos, de pacientes acometidos pela Covid-19, várias providências estão sendo adotadas. Uma delas é a suspensão de procedimentos eletivos vinculados a internações hospitalares nas unidades sob gestão da Sesa, como determinado na Portaria 004-R, de 12 de janeiro.
Ainda segundo a Sesa, é importante frisar que nenhum paciente de urgência e emergência ficará desassistido e que todos os pacientes terão garantida a remarcação dos procedimentos. O contato será feito pelas unidades que prestam o serviço.
Sobre a Fehofes, a Sesa informou que uma reunião está sendo agendada para detalhamento do assunto junto à federação.
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