Com o aumento dos casos de gripe, o Espírito Santo vê crescer a procura de remédios para tratar a doença, entre eles o Oseltamivir, popularmente conhecido como Tamiflu. O medicamento é capaz de atuar contra o vírus da Influenza, mas especialistas alertam: só deve ser usado em casos bem específicos de gripe e com orientação médica.
O Tamiflu tem como princípio ativo o fosfato de oseltamivir. Diferente dos antigripais que são vendidos para aliviar sintomas como febre e mal estar, esse é um antiviral, que age contra o vírus da gripe. Nas farmácias, custa cerca de R$ 250.
O medicamento necessita de prescrição médica e só pode ser usado em casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou por pacientes considerados do grupo de risco que apresentem síndrome gripal, como destaca o infectologista Carlos Urbano.
"Não funciona para a Covid-19, resfriados, asma ou pneumonia. É um medicamento fundamental para quem tem a gripe grave, com falta de ar, ou para pacientes com chances de evoluir para um quadro grave", informou.
- Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto;
- Adultos com mais de 60 anos;
- Crianças menores de 5 anos;
- População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso a centros de saúde;
- Pacientes com Síndrome Gripal (SG);
- Pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG);
- Indivíduos que apresentam: asma, problemas no pulmão, tuberculose, doenças cardiovasculares (excluindo hipertensão arterial), problemas renais e no fígado, doenças no sangue e distúrbios metabólicos.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), 55 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave foram confirmados no Espírito Santo e oito pessoas morreram só nas últimas três semanas de 2021. Diante desse cenário, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, orientou os municípios a aumentar a oferta do Tamiflu.
"Municípios devem aumentar a capacidade de testagem, atendimento ambulatorial e também da oferta do Tamiflu na atenção básica", disse em entrevista coletiva na última quarta-feira (05).
No sistema público de saúde, o Tamiflu é disponibilizado por meio de prescrição médica a imunodeprimidos, gestantes e idosos que apresentam síndromes gripais, independente da confirmação ou não para Influenza. O secretário de Saúde, contudo, alertou para a necessidade de uma prescrição criteriosa do medicamento.
"O profissional da saúde deve considerar os sintomas e deve decidir se o paciente irá ou não utilizar o Tamiflu. Alerto a população que o uso do medicamento é para um grupo específico, sem o uso indiscriminado", ponderou Nésio.
De acordo com o infectologista Carlos Urbano, o uso sem necessidade do medicamento pode levar a uma resistência viral, além do desabastecimento acelerado nas unidades de saúde e farmácias. Com isso, pacientes com real necessidade do remédio podem ficar sem, e ter o caso de gripe agravado.
"Se todo mundo que achar que está com gripe, tomar, vai fazer o vírus ficar resistente e depois o remédio não vai funcionar. E vai faltar para quem precisa. É um medicamento antiviral, que só pode ser tomado sob orientação médica e não pode ser prescrito para todo mundo", frisou.
Além disso, Urbano destaca que o medicamento deve ser administrado em até 48 horas após os primeiros sintomas, caso contrário não apresenta os benefícios pretendidos.
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