Uma cena triste e infelizmente não tão incomum nos últimos dias foi novamente presenciada na Grande Vitória. Na semana passada, quatro tartarugas verdes morreram presas em redes de pesca irregulares no mar da Capital. Desta vez, outro animal, esta da espécie cabeçuda, foi encontrada morta na orla de Porto de Santana, já em Cariacica.
O bicho foi visto logo no começo da manhã desta quarta-feira (12) por moradores e praticantes de atividades físicas que passavam pelo calçadão que margeia a região. Entre os que viram o animal, está Rosineia de Oliveira, que praticava caminhada, quando avistou a tartaruga.
"Vim caminhar de manhã e notei um mau cheiro e, quando olhei para lá (baía), vi essa tartaruga. É uma coisa muito triste que a gente vê. Fica o alerta para não jogarem sacolas, latas porque acontece isso aí", comentou ela.
O pesquisador Alexasandro Santos, da Fundação Projeto Tamar, explicou que esta espécie é corriqueira no litoral capixaba e trata-se de um exemplar provavelmente adulto.
"Aparentemente é um animal adulto, pois o pneu ao lado dela dá uma uma ideia aproximada do tamanho, mas não conseguimos saber se é macho ou fêmea, pois foi possível ver o rabo dela", informou.
O integrante do projeto dedicado à conservação de tartarugas disse ainda que a espécie cabeçuda é uma das que desovam nas praias do ES e uma fêmea chega a colocar, em média, 120 ovos por ninho, sendo que ela pode fazer mais de cinco ninhos em mesma temporada, com intervalo de 14 dias entre cada ninho. O pesquisador salientou que uma fêmea aparece para desovar geralmente a cada dois anos.
"Uma fêmea que se perde são inúmeros ninhos e filhotes que deixarão de existir", complementa Alexsandro.
Caso encontre uma tartaruga em situação semelhante ou viva, a recomendação do pesquisador é entrar em contato pelo número 0800-0395005, do programa de Monitoramento de Praias da Petrobras, que atende este tipo de ocorrência.
O pesquisador informa, ainda, que o acionamento deve ser feito para qualquer encalhe de animais marinhos (baleia, golfinho, leão marinho e afins), pois desta forma os pesquisadores de campo darão o tratamento correto ao bicho.
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