Uma tartaruga-de-couro foi encontrada morta na praia da Barra do Riacho, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na manhã desta segunda-feira (18). A informação foi confirmada por A Gazeta com o Coordenador de Pesquisa e Conservação da Fundação Projeto Tamar no Espírito Santo, Alexsandro Santos. O animal, uma fêmea adulta, tinha marcas de rede de pesca nas nadadeiras, provável causa do óbito.
Segundo Santos, a tartaruga apareceu na praia durante a manhã, mas não é possível saber com precisão quando ela morreu. “Havia marca de rede de pesca nas nadadeiras. Como o animal se deteriora muito rápido e a pele é muito sensível, nem sempre é possível identificar a causa. Hoje, a gente pegou ela bem no começo (desse processo)”, disse Santos.
Essa foi a primeira vez que o animal foi observado pelos pesquisadores, já que ele não possuía nenhuma das marcas normalmente utilizadas para monitorar o desenvolvimento da espécie. Foi verificado também que a tartaruga iria reproduzir. “Tinha ovos dentro dela, estava no processo reprodutivo. Talvez ela estivesse chegando para desovar agora”, contou o coordenador.
Os agentes da Fundação Projeto Tamar não conseguiram aferir o peso do réptil. Já o comprimento curvilíneo de carapaça, medida para saber o tamanho do casco, sem considerar a cabeça e as pernas, deu 1,55 metro.
A espécie está em estado crítico de extinção. Não há um número preciso de animais vivos, mas uma estimativa, que é baseada no número de ninhos nas praias da costa brasileira na temporada de desova. No litoral norte capixaba, considerada a principal área de reprodução do animal no país, a atividade costuma ocorrer entre setembro e março, quando há uma média de 10 fêmeas botando ovos, o que deve dar em torno de 100 ninhos por ano, segundo Santos.
A pesca é uma das principais causadoras de mortes de tartarugas, mas o coordenador ressalta que os pescadores não podem ser vilanizados. “Os pescadores não são vilões. As tartarugas e os pescadores muitas vezes competem pelo mesmo espaço. A gente luta para procurar alternativas ou medidas para diminuir a mortalidade de tartarugas e não impactar a atividade pesqueira”, comentou.
A tartaruga foi analisada no local e depois enterrada em uma área segura.
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