Após caso registrado em Nova Venécia no último dia 14 de dezembro, em que uma vaca havia dado cria a uma bezerra com duas cabeças, mais uma notícia inesperada no Espírito Santo: foi flagrada na Praia dos Namorados, em Iriri, no município de Anchieta, na manhã desta quarta-feira (29), uma pequena tartaruga "bicéfala", ou seja, também com duas cabeças.
Quem fotografou o animal foi a Aline Fioravante Zuliani, de 11 anos, moradora de Ipatinga, em Minas Gerais. Sobre o assunto, o pai dela, João Batista Queiroz Zuliani, contou que, no dia anterior, ouviu comentários sobre o nascimento de tartarugas em um ninho da praia. Em seguida, soube, por um guarda-vidas, que tinham nascido três animais. No entanto, um deles era diferente.
"Das três, havia uma com duas cabeças. As tartaruguinhas foram soltas pelo salva-vidas para irem ao mar, sob o olhar atento de várias pessoas. Aqui na região é comum a abertura de ninhos no verão. Depois do nascimento, apareceu o projeto que cuida das tartarugas em Anchieta, o IPCMAR", disse João Batista.
Em contato com a diretora do Instituto de Pesquisa e Conservação Marinha (IPCMAR), Maria Ferreira, foi informado que o filhote em questão de fato nasceu na praia dos Namorados, em Iriri.
O projeto Tamar, conhecido por cuidar de tartarugas marinhas, informou que não monitora a área de Anchieta, onde o animal foi encontrado. "De qualquer forma, é um caso raro, mas com ocorrências já registradas. De forma geral, provavelmente é um filhote que terá dificuldades de sobrevivência."
Segundo explicou o biólogo, mestrando em Biologia Animal pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Daniel Motta, os eventos de nascimento de animais com duas cabeças são chamados de "bicefalismo", e acontecem em decorrência de uma mutação genética na formação do embrião.
Desta forma, os animais, que seriam gêmeos comuns, nasceram grudados de alguma forma. "Tal evento é comparado aos seres humanos siameses, e também já foi relatado em outros animais, como por exemplo em bezerros, golfinhos, jacarés e cobras. O bicefalismo é raro de acontecer, por isso espanta quando vemos animais assim", disse.
Motta contou que casos ainda mais raros podem acontecer na natureza. "Ainda neste ano, nos Estados Unidos, foi encontrado um cágado com duas cabeças e seis pernas, em que cada cabeça se alimentava sozinha e dividiam também os movimentos das pernas, sendo três pernas controladas por uma única cabeça”, acrescentou.
Sobre a mutação genética que leva a este tipo de ocorrência, como o caso da tartaruga em Anchieta, o biólogo explica que pode ocorrer por motivos que vão desde o cruzamento de animais consanguíneos (endogamia), até por condições antrópicas (causadas pelo ser humano), como: resíduos domésticos, hospitalares e ou industriais; poluição por plástico e metais pesados, na qual os animais ficando muito tempo expostos, podendo afetar a futura prole.
Durante a madrugada do último dia 14, Crioula, uma das vacas do Sítio Busatto, na localidade de Córrego Massada, em Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo, entrou em trabalho de parto daquela que seria a terceira cria dela. Só que, assim que o dia amanheceu e o produtor rural Delci Busatto, de 22 anos, foi até o pasto, veio a surpresa: a vaca havia dado cria a uma bezerra com duas cabeças. Apesar da notícia inesperada, o animal acabou morrendo no início da noite da mesma data, por volta das 18h.
Assim que chegou próximo do local, o jovem se assustou porque pensou se tratar de gêmeos, mas ao ver as duas cabeças se mexendo em um só corpo, ele percebeu que se tratava de algo muito incomum.
"Aqui na nossa propriedade nós já tivemos vaca que deu cria a dois bezerros, mas isso aí eu nunca vi, nem escutado falar. Meu avô tem 83 anos e também nunca viu nada parecido. Eu achei que fossem gêmeos, só que vi as duas cabecinhas e depois que percebi o que era. Mas foi impressionante, pois é um corpinho só, e quando chega na região da giba do animal, tem outro pescoço e outra cabeça. Parece que não houve a separação na gestação", contou o pecuarista, à ocasião.
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