O Censo 2022 mostra que a população do Espírito Santo chegou a 3.833.486 habitantes, com aumento de 318.534 moradores desde a última pesquisa, realizada no Censo 2010. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A diferença, de 9,1%, significa que a taxa de crescimento médio da população capixaba nos últimos anos foi de 0,73%, o menor registrado desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo do país. No Censo 2010, o crescimento populacional tinha sido de 14% e, em 2000, de 19%, segundo dados do IBGE.
O superintendente do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde, destaca que a queda de crescimento foi verificada em todos os Estados do Brasil, frisando que o Espírito Santo chegou a ficar acima da média nacional, com 0,73% de crescimento, contra 0,52% do país.
"Essa queda foi verificada em todos os Estados e causada pela mudança do perfil das famílias. Aqui no Espírito Santo, para se ter uma ideia, a média de pessoas por domicílio caiu de 3,18 para 2,67 e isso impacta toda a demografia", ressalta.
Essa queda no crescimento pesquisa a pesquisa pode ser explicada pela redução da taxa de fecundidade, que, além do Brasil, também é apresentada em muitos países, lembrou o professor e demógrafo Ednelson Mariano Dota, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Dota ressalta que, ao longo do século XX, o aumento vem sendo menor pela queda na taxa de fecundidade. Ao ter menos filhos, a população vai reduzindo o seu crescimento. Segundo o professor, estima-se que o Brasil só vai continuar crescendo até meados de 2040. Lá, atingiria o pico e a população começaria a diminuir.
"A taxa de crescimento vai continuar diminuindo dentro do que a gente observa, e a nossa realidade cotidiana confirma isso. As pessoas estão casando mais tarde, tendo menos filhos ou optando por não ter filhos. Essa é a tendência. Em alguns meses vão disponibilizar os micro dados quando teremos condições de fazer análises mais aprofundadas", disse.
Para o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, essa redução na taxa de crescimento já era esperada pelo Espírito Santo, bem como o Brasil, estarem avançando na transição demográfica, pela redução da taxa de fecunidade.
"No Censo 2010, o Espírito Santo já tinha número médio de 1,8 filho por mulher, que é menor do que o nível de reposição, que é de 2,1. E no Brasil era 1,9 filho por mulher. Muitas famílias estão optando por não ter filho, então esse número será ainda menor que a taxa de 2010", avalia.
Ele lembra que, em 1960, a taxa do Espírito Santo era de 7,6 filhos por mulher e, no Brasil, de 6 filhos por mulher.
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