Após dois dias em alta, a taxa de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTI) para atender os pacientes graves da Covid-19 no Espírito Santo caiu neste sábado (30). Agora, 76,26% dos leitos do SUS exclusivos para a doença estão ocupados no Estado. Alguns hospitais, porém, já estão sem vagas para atender pela rede pública.
Até a noite de sexta-feira (29), a taxa estava em 79,4%. Já neste sábado, são 408 leitos de UTI ocupados de um total de 535 vagas na rede pública para o coronavírus. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
Na Grande Vitória, região que concentra o maior número de casos e mortes por Covid-19, a taxa de ocupação de UTIs públicas caiu de 89% para 84,5% neste sábado. É a maior proporção entre as regiões do Estado, seguida pela região Norte (62,50% vagas de UTI ocupadas).
Já os leitos de enfermaria, destinados a pacientes com quadro menos grave, mas que necessitam ficar internados e em isolamento, estão com taxa de ocupação em 61,9% na rede pública estadual. São 603 vagas, sendo 372 preenchidas. A região com menos vagas em enfermarias é a Metropolitana, cuja ocupação chegou a 75%.
Segundo a Secretaria da Saúde, foram contratados 30 novos leitos para atendimento a pacientes da Covid-19 no Hospital Santa Rita, em Vitória, sendo 15 leitos de enfermaria e 15 leitos de UTI, que já estão disponíveis e começarão a ser utilizados assim que houver necessidade. "Com o aumento no número de leitos, o índice da taxa de ocupação diminui", explicou a Sesa.
Os dados da Sesa mostram que alguns hospitais no Espírito Santo já estão próximos do limite de vagas de UTI para tratar pacientes com coronavírus. É o caso do Hospital Estadual Dório Silva, na Serra, que está com 32 dos 34 leitos ocupados.
Já alguns hospitais privados que tiveram leitos requisitados pelo governo para atendimento pelo SUS não possuem mais vagas para atendimento pela rede estadual. É o caso dos hospitais Vila Velha e Santa Mônica.
No Hospital Santa Mônica, localizado na mesma cidade, as 19 vagas de UTI que operam para o SUS estão cheias. Os 33 leitos de enfermaria que atendem a rede pública na unidade também estão ocupados.
Já no Vila Velha Hospital, os 40 leitos de UTI para Covid-19 reservados para uso da rede estadual estão ocupados, segundo os dados da Sesa, e 124 dos 150 de enfermaria estão em uso. A reportagem da TV Gazeta esteve no local neste sábado (30) e identificou várias ambulâncias com pacientes na entrada aguardando o atendimento no pronto-socorro para sintomas respiratórios.
Médicos e enfermeiros das ambulâncias que aguardavam do lado de fora relataram que foram ao Vila Velha Hospital levar pacientes com Covid-19, mas que tiveram que esperar por horas. Eles contaram que em alguns momentos do dia chegaram a ter cinco ambulâncias esperando na rampa do pronto-socorro e que foram para o hospital porque o local de destino é decidido previamente pela Central de Regulação de Vagas.
O Vila Velha Hospital (VVH) informou que a situação das ambulâncias trata-se de um "procedimento comum em hospitais, quando há uma demanda maior de atendimentos registrados naquele momento, sobretudo em virtude da atual conjuntura em que vive o Brasil. As ambulâncias em questão encontravam-se aguardando o término da realização dos protocolos clínicos de entrada do paciente para, após sua conclusão, liberar a entrada do mesmo".
O VVH não quis comentar sobre a lotação dos leitos contratados pelo Estado na unidade nem de suas vagas privadas, mas disse que segue todos os protocolos estabelecidos pelos órgãos de saúde competentes para garantir a segurança dos pacientes, profissionais de saúde e equipes do hospital. A reportagem também procurou o Hospital Santa Mônica e aguarda retorno.
A Sesa informou que foram contratados 190 leitos para atendimento a pacientes com Covid-19 do SUS no Vila Velha Hospital (40 de UTI e 150 de enfermaria), e todos os pacientes regulados para a unidade neste sábado (30) foram recebidos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta