> >
Taxa de ocupação de UTI superior a 91% pode bloquear 11 municípios do ES

Taxa de ocupação de UTI superior a 91% pode bloquear 11 municípios do ES

A projeção do governo, a partir da utilização de leitos de terapia intensiva por pacientes com coronavírus, pode colocar a Grande Vitória e cinco cidades do interior em lockdown

Publicado em 20 de maio de 2020 às 21:39

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra.
Leitos de UTI com respirador no Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra:  unidade está com taxa de ocupação de 79,12%. (Reprodução/TV)

Uma taxa de ocupação dos leitos de UTI superior a 91% no Espírito Santo pode levar ao bloqueio total  de 11 municípios - Grande Vitória e mais cinco do  interior. Trata-se do lockdown, expressão em inglês que define confinamento e impõe medidas ainda mais restritivas de circulação de pessoas e de funcionamento de atividades econômicas. Para evitar lançar mão desse recurso, o governo do Estado amplia a oferta de vagas - para a próxima semana estão previstas 1.040 -  mas admite limite de capacidade de expansão. 

A nova matriz apresentada pelo governo do Estado nesta quarta-feira (20) para definir o nível de ameaça de transmissão do coronavírus por município, e, assim, as normas que devem ser adotadas para contenção da Covid-19, indica em que condições as cidades entram em risco extremo e estão suscetíveis ao bloqueio.

Serão considerados indicadores de isolamento, população acima de 60 anos, taxa de letalidade e incidência de novos casos, somados à ocupação das vagas de terapia intensiva superior a 91%. Na projeção do governo com dados do dia 19, VitóriaVila VelhaSerraCariacicaVianaFundãoSanta TeresaAlfredo ChavesAfonso CláudioPresidente Kennedy e Marataízes seriam bloqueados.

"É um risco mais intenso que significa um isolamento social radical. Se chegar a 91% de ocupação de leitos de UTI, os municípios com risco extremo vão ter que parar totalmente as atividades econômicas. Estamos definindo ainda outras medidas, comércio e serviço fechados, talvez algumas indústrias", ressaltou o governador Renato Casagrande, em coletiva de imprensa.

Ainda pela projeção do governo, os demais 67 municípios passariam a ser classificados como risco alto, também com regras mais rigorosas do que as vigentes.

"Todo o Estado ficaria com restrições. Alguns municípios com restrição total, outros, parcial. Para os próximos 14 dias, a partir de domingo (24), essa vai ser a modelagem que norteará o nosso trabalho", acrescenta Casagrande, numa referência à matriz de risco que passará a considerar ocupação de leitos acima de 91% como alto índice de vulnerabilidade.  No Painel Covid-19 desta quarta, ferramenta do governo que atualiza os dados diariamente, o indicador está em 69,72%.

LEITOS

O Espírito Santo dispõe hoje de 918 leitos de UTI e enfermaria para atendimento a pacientes com a Covid-19. Na coletiva, o governador apontou que até a próxima semana estarão disponíveis 1.040, contando em parte com os contratos que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está formalizando com hospitais filantrópicos e particulares. Casagrande ressaltou a oferta de 190 novas vagas no Hospital Vila Velha, da rede privada, que estarão disponíveis pelo SUS. Desse total, 50 já foram abertas. 

Até a última semana, eram 15 hospitais no Estado com vagas reservadas para pessoas com o coronavírus. Mais quatro unidades foram incluídas para ampliar a oferta e também para compensar o esgotamento de leitos que tem sido registrado nos últimos dias.

O Hospital Evangélico de Vila Velha, por exemplo, está com 100% da ocupação tanto em UTI quanto na enfermaria. Na Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim, a terapia intensiva também chegou ao limite de atendimento. Em Colatina, das 13 vagas de UTI, 12 estão ocupadas. O Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, é referência para casos de Covid-19 da região metropolitana, e tem 79,12% das 206 vagas de UTI com pacientes graves.

"Leitos salvam vidas, mas não as de todos. O que salva é o isolamento, o uso de máscara, a não aglomeração, são os cuidados com a higiene, a disciplina. Isto sim salva 100% das vidas. Apresentamos o esforço do governo; até semana que vem serão 1.040 leitos, mas precisamos muito do esforço de todos para que possam praticar o isolamento. A abertura de leitos tem limite e estamos chegando ao nosso: financeiro, de profissional e de equipamentos. Até agora avançamos, conseguimos ficar um passo à frente da doença, mas ela está no nosso calcanhar. Damos um passo adiante e logo depois tem mais pessoas precisando ocupar boa parte desses leitos. O isolamento ajuda a administrar a ocupação", concluiu Casagrande. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais