O Espírito Santo alcançou nesta quinta-feira (4) o maior índice de taxa de ocupação de leitos de UTI para a Covid-19: das 572 vagas de terapia intensiva oferecidas pelo SUS, 487 são utilizadas, ou seja, 85,14% estão recebendo pacientes que apresentam o quadro mais crítico da doença. É o maior indicador do Estado, e o que define se o governo vai decretar o lockdown - bloqueio total de atividades - nos municípios que estiverem com risco extremo de transmissão do coronavírus.
A taxa de ocupação elevada é registrada no mesmo dia em que o Estado bate outro triste recorde: o de número de mortes por Covid-19. Nesta quinta, foram 39 novos registros de óbitos, totalizando 737 pessoas que perderam a batalha para a doença. Ao todo, 16.894 foram infectados pelo coronavírus no Espírito Santo.
Diante desse cenário, falta pouco para o governo implantar o lockdown. Para o decreto, a taxa de ocupação de leitos de UTI em todo o Espírito Santo tem que ser superior a 91%, associada a outros indicadores de risco como o nível de distanciamento social. Com monitoramento diário, apenas a Grande Vitória havia chegado tão perto da capacidade de atendimento: no início da semana, estava em 90% e, agora, 89,08%. Unidade de referência para a Covid-19 na região metropolitana, o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, por exemplo, tem apenas 31 dos 220 leitos disponíveis.
Apesar de o Estado ampliar a oferta, a demanda por internação também é crescente. Nesta quarta-feira (3), o Espírito Santo recebeu mais 100 respiradores adquiridos na Itália, que vão equipar UTIs e poderão diminuir a pressão sobre o sistema de saúde, porém a expansão do número de vagas tem um limite, financeiro e de pessoal.
Ao todo, o Espírito Santo dispõe de 1.196 leitos para atendimento a pacientes com a Covid-19, reunindo a oferta da rede pública, filantrópica e particular para o SUS. A expectativa é chegar a 1,4 mil em julho, porém o governo aponta que o ideal é a população cumprir as recomendações do distanciamento social porque ter leito não garante que os infectados vão sobreviver.
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