Pela terceira semana consecutiva, a taxa de transmissão do novo coronavírus no Espírito Santo se mantém em crescimento, alcançando o marcador de 1,37, o que, na prática, significa dez pessoas contaminando outras 14. (Gráfico abaixo)O indicador tem sido puxado pela taxa do interior, que chegou a 1,49 (dez infectando outros 15). Mas há microrregiões em que a taxa já chegou a 2,11, com dez pessoas atingindo outras 21.
Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), observa que há quatro semanas a taxa do Estado ultrapassou a marca de 1, e desde então vem crescendo, o que faz com que a situação seja de atenção. Os números comprovam, de fato, o aumento de infecção, destaca.
A Região da Grande Vitória, apesar de estar acima da marca de 1, apresentou uma ligeira queda na taxa de transmissão desta semana. Saiu de 1,31 para 1,26 (dez pessoas podendo contaminar outras 13). Confira abaixo:
Mas é a condição do interior que vem trazendo mais sinais de alerta. A taxa alcançou a marca de 1,49 - dez pessoas contaminadas podem infectar outras 15. Também é a terceira semana que apresenta crescimento no indicador, sempre acima de 1,3.
Sua elevação foi ocasionada, principalmente, por conta do crescimento da taxa de algumas microrregiões, como a Central Sul, que chegou a a 2,11, com dez pessoas contaminando outras 21.
A elevação das taxas, segundo Lira, mostra a necessidade de a população manter os cuidados com a higienização, o uso de máscara, o distanciamento. O momento é de atenção, de ter prudência, de seguir as orientações, mesmo com a exaustão em relação a todas as medidas já adotadas, observa Lira.
Ele destaca que, enquanto não houver uma vacina, as medidas mais eficazes para conter a transmissão ainda são os protocolos de segurança.
Cuidados que precisam ser ainda mais acentuados com a mudança em relação ao número de óbitos, que estava apresentando estabilização, mas teve o quadro alterado na primeira quinzena de novembro. O cenário atual demonstra que estamos, de fato, com um refluxo da primeira onda. Ainda estamos na primeira onda porque não chegamos a zerar o número de casos, mas vivendo agora um segundo pico. E agora, na última semana, com os óbitos apresentando tendência de aumento, é preocupante, atesta.
A preocupação agora é com a promoção de eventos e festas para o final de ano e verão. Temos visto o anúncio de festas de fim de ano, com queima de fogos. É muito preocupante e não é recomendável promover aglomerações, destaca.
Pablo cita como exemplo a região Sul, com áreas que historicamente promovem esses eventos. São regiões que já estão apresentando as mais altas taxas de transmissão da doença. Mais do que nunca, é importante reforçar a responsabilidade compartilhada na preservação de vidas."
Em pronunciamento nesta sexta-feira (20) o governador Renato Casagrande destacou que, no mês de outubro, mais de 60% das pessoas contagiadas, segundo exames feitos no Laboratório Central (Lacen), eram jovens com idade média de 29,5 anos.
Por outro lado, mais de 60% das pessoas internadas em UTI tinham mais de 45 anos. Então, os jovens são mais resistentes e, às vezes, por isso saem mais e interagem mais. Mas, muitas vezes, acabam levando a doença para dentro de casa ou contagiando alguém de mais idade. É importante termos empatia. Essa doença exige essa corresponsabilidade", afirmou Casagrande.
1 - Central Sul
Alcançou a maior taxa de contaminação do Espírito Santo, com 2,11: são dez pessoas contaminando outras 21. Segundo Pablo Lira, a taxa foi puxada pelo número de casos registrados em Cachoeiro de Itapemirim e nas cidades em seu entorno. Esta foi uma das regiões que influenciaram na elevação da taxa do interior e, por consequência, no indicador do Estado. A região também apresentou um crescimento significativo em relação à semana anterior, tendo saído de 1,53 para 2,11.
2 - Litoral Sul
Está com taxa de 1,76 (dez infectando outros 18). E está na quinta semana consecutiva de alta. Na região estão, entre outros municípios, Anchieta, Piúma e Alfredo Chaves.
3 - Caparaó
Também registrou crescimento pela segunda semana, marcando agora 1,55 - dez contaminando outros 15.
4 - Nordeste
Apresentou uma mudança significativa ao sair de 0,54 para 1,44 (dez contaminando 14). O curioso é que esta região vinha se mantendo havia três semanas abaixo de 1, e agora a taxa de transmissão voltou a crescer.
5 - Noroeste
Vem apresentando recuperação, com queda na taxa pela terceira semana. Marcou agora 1,18 (dez contaminando 12). É onde está localizado, por exemplo, a cidade de Ecoporanga, que permanece no risco moderado de transmissão da Covid.
6 - Centro-Oeste
Voltou a registrar crescimento, alcançando a marca de 1,56 (dez infectando 16). Após queda na taxa, é a segunda semana de crescimento. É onde estão localizados, por exemplo, Colatina e Baixo Guandu.
7 - Rio Doce
Manteve certa estabilização. Alcançou 1,35 (10 contaminando 13). Na semana anterior, o indicador estava em 1,36.
8 - Central Serrana
Outra região que deixou para trás a estabilidade abaixo de 1 e chegou a marca de 1,27 (dez contaminando 13). Nesta microrregião, estão localizadas, por exemplo, as três Santas: Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina.
9 - Sudoeste Serrana
Também voltou a registrar um pequeno crescimento, saindo de 1,11 para 1,14 (dez contaminando 11). Lá estão situadas cidades como Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano.
10 - Metropolitana
Teve uma pequena redução, mas ainda está elevada, registrando 1,29 (dez contaminando 13). É onde estão os sete municípios da Região Metropolitana: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão e Guarapari.
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