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Taxa de transmissão da Covid cresce na Grande Vitória e no interior do ES

Taxa de transmissão da Covid cresce na Grande Vitória e no interior do ES

Os maiores indicadores estão no interior, onde há regiões como o Caparaó, que alcançou 2,28, situação em que dez pessoas podem contaminar outras 22, e o Litoral Sul, com taxa de 2,70

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 17:40

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O marcador alcançou 1.43 no Espírito Santo
O marcador alcançou 1,43 no Espírito Santo. ( Instituto Jones dos Santos Neves)

A taxa de transmissão (RT) do novo coronavírus no Espírito Santo voltou a crescer, saindo de 1,2 para 1,43. Os maiores indicadores estão no interior do Estado, em regiões como o Caparaó, com taxa de 2,28, e o Litoral Sul, que alcançou 2,70, situação em que dez pessoas podem contaminar outras 27, por exemplo. Na Grande Vitória, o índice de contágio saltou de 0,87 para 1,03.

A dinâmica da doença no interior também caiu de 1,79 para 1,31, situação em que 10 contaminados transmitem o vírus para 13 pessoas. Já na média geral do Espírito Santo, a taxa atual é 1,2. Neste caso, 10 contaminados infectam 12 pessoas.

A taxa de transmissão foi calculada com base nos dados extraídos do Painel Covid-19, ferramenta do governo do Estado, na segunda-feira (21). Esses cálculos são feitos considerando a data de notificação dos casos. Como no momento há represamento no resultado de exames no Espírito Santo devido à alta demanda, os indicadores podem sofrer variações entre uma semana e outra, mas, quando as alterações são pequenas, a análise dos cenários não fica comprometida, explica Etereldes.

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A taxa de transmissão acima de 1 significa avanço da pandemia da Covid-19 e, quanto maior esse indicador, maior é o potencial de contaminação pela doença. Assim, uma consequência dessa expansão é a alta no número de novos casos confirmados no Estado. No interior, cresceu também o número de mortes.  

A estatística mostra que há crescimento da taxa de transmissão desde o final de setembro até o inicio outubro, quando a RT se consolidou acima de 1 no Espírito Santo. De acordo com o diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira, essa taxa cresceu, principalmente, por dois motivos: houve uma ampliação no critério de testagem e maior índice de interação entre as pessoas no mês de outubro, devido longos feriados, e as atividades do processo eleitoral.

"A taxa de transmissão aumentou e durante todo mês novembro ficou no patamar superior a 1,20 até o dado mais recente divulgado, na última semana de novembro, com 1,43, chegando a 1,44 na primeira semana do mês.  O Estado já esteve bem abaixo disso, com RT de 0,66", explicou Lira.

Ele completa que o aumento da taxa transmissão do Estado na semana entre os dias 20 e 27 de novembro teve influência da taxa transmissão da Grande Vitória - que chegou na primeira semana de novembro ao RT de 1,36; na segunda semana do mês, o RT diminuiu para 1,13; chegando na terceira semana de novembro a 0,87 e passando de 1 na quarta semana, novamente. 

O ideal, segundo o especialista, é que todas as regiões fiquem abaixo de 1. Mas, na última semana de novembro houve o aumento para 1,03 na Grande Vitória. Lira afirma que por mais que o crescimento da RT nessa região seja preocupante, ele não tem contribuído para aumentar o número de mortes na Região Metropolitana, que segue estabilizado.

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É um aumento considerável na taxa de transmissão. E não podemos dizer que foi apenas por conta do aumento da testagem. Está havendo maior interação entre a população, que está em um nível de exaustão. Há um número maior de pessoas negligenciando os protocolos. Até o uso de máscaras diminuiu. E isso é preocupante porque as medidas como máscara, higiene e distanciamento fazem um controle efetivo da transmissão do vírus até a chegada da vacina

Pablo Lira
Diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN
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Na última semana de novembro houve o aumento para 1.03 na Grande Vitória
Na última semana de novembro houve o aumento da taxa para 1,03 na Grande Vitória. (Instituto Jones dos Santos Neves)

MAIS MORTES

Mas enquanto o aumento da taxa de transmissão na Grande Vitória ainda não refletiu no aumento de óbitos da Região Metropolitana, no interior do Estado, o número de mortes tem preocupado especialistas. 

O Interior, representado pela cor cinza, apresenta aumento sustentável de óbitos
O interior, representado pela cor cinza, apresenta aumento sustentável de óbitos. (Instituto Jones dos Santos Neves)

No interior do Espírito Santo, a RT está em 1,71. Ou seja, 100 pessoas podem infectar outras 171. Na semana anterior, a taxa estava em 1,46. O reflexo disso veio no aumento de mortes dos últimos 14 dias. Atualmente, a média móvel de óbitos do Estado está em 19. Já no interior e na Grande Vitória, em 8,6. Durante os dias analisados, de 3 a 9 de dezembro, foram 70 mortes no interior e 66 na Região Metropolitana. 

"Está estabilizando o número de óbitos na Grande Vitória, porém no interior está aumentando. Por isso a gente compreende melhor o aumento de óbitos no Estado, esse dado está sendo puxado pelo interior, principalmente", comentou.

No interior do Espírito Santo o RT está e 1.71. Ou seja, cada 100 pessoas pode infectar outras 171 pessoas
No interior do Espírito Santo o RT está e 1,71. Ou seja,  100 pessoas podem infectar outras 171. (Instituto Jones dos Santos Neves)

REGIÕES MAIS AFETADAS

Lira explica que, devido esse aumento de óbitos no interior, mais municípios devem passar para Risco Alto nos próximos Mapas de Risco do governo do Estado, divulgados todo fim de semana. O Mapa de Risco mostra o avanço da doença por região, podendo influenciar em novas medidas de segurança em cada cidade. De acordo com o especialista, as regiões mais afetadas são: Caparaó, Litoral Sul e Rio Doce. 

TAXA DE TRANSMISSÃO DAS REGIÕES DO ES

  • Rio Doce: A região que abrange municípios como Linhares, Sooretama e Aracruz, chama atenção porque a taxa de transmissão vem crescendo de forma rápida, gradativa e sustentável - passando o RT de 1,78 para 1,87 na última semana de novembro. 

  • Caparaó: A microrregião apresenta uma elevação da taxa de transmissão do novo coronavírus desde o mês de outubro, saindo de 1,61 para 2,28 nos dados mais recentes da taxa de transmissão.

  • Litoral Sul: Preocupa pelo fato de também da taxa de transmissão ter passado de 2, crescendo de 1,1 para 2,70. Na região estão, entre outros municípios, Anchieta, Piúma e Alfredo Chaves.

  • Sudoeste Serrana: A região, que inclui cidades como Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano, é preocupante devido um aumento de RT 1,31 para 1,65. O crescimento também é de forma gradativa desde outubro.

  • Noroeste: A região que inclui as cidades de Ecoporanga, Barra de São Francisco e Colatina teve um aumento significativo de 1,27 para 1,98.

  • Central Serrana: Nesta microrregião, estão localizadas, por exemplo, as três Santas: Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina. No local, houve um salto de 1,12 para RT 1,80. 

  • Sudoeste Serrana: a região, que inclui cidades como Domingos Martins, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano, tem taxa de transmissão 1,65. Antes, estava em 1,31.

As outras regiões apresentam estabilidade ou leve diminuição na taxa de RT. 

A região que abrange municípios como Linhares, Sooretama e Aracruz, chama atenção porque o RT vem crescendo de forma rápida, gradativa e sustentável
Região que abrange municípios como Linhares, Sooretama e Aracruz chama atenção porque RT vem crescendo de forma rápida, gradativa e sustentável . (Instituto Jones dos Santos Neves)

"Precisamos reforçar que entraremos em um período de férias e festas. Se a população relaxar, as taxas tendem a aumentar, e provavelmente, mais municípios entrarão em Risco Alto nos próximos dias. Evitar a disseminação é uma responsabilidade compartilhada. O governo estadual vem fazendo a parte dele, os municípios estão contribuindo, os bombeiros e militares estão fiscalizando, mas a responsabilidade é de cada um de nós. Não podemos tolerar pessoas saindo na rua sem máscara. Já foi comprovado cientificamente a eficácia da máscara para controlar a infecção da Covid-19. É um cuidado não só conosco, mas com o próximo, com os amigos, familiares, vizinhos, idosos", lembrou Lira.

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É preciso, agora mais do que nunca, exercitar a empatia de seguir a recomendações de segurança. Ou então iremos começar 2021 com alto número de infectados e isso é o que ninguém quer. Precisamos evitar ambientes onde é mais difícil o uso da máscara e distanciamento, como os bares. A recomendação é que não haja festividades com aglomerações no fim do ano. Cansamos do vírus, mas ele não cansou de nós. Não é o momento de relaxar. Temos que aguentar mais alguns meses até a vacina ou perderemos essa batalha para a Covid-19

Pablo Lira
Diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN
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