A taxa de transmissão do novo coronavírus, calculada para o interior e a Grande Vitória, voltou a apresentar crescimento. E a alta registrada no interior foi a responsável por elevar o indicador do Espírito Santo. Um reflexo da ampliação da testagem de pacientes com Covid-19 e ainda do aumento da interação entre as pessoas.
Segundo Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), a taxa de transmissão do Espírito Santo saiu da marca de 0,94 para 1,22. O que significa dizer que dez pessoas podem contaminar outras 12.
Já a taxa de transmissão registrada para a Grande Vitória deixou a casa de 0,91, seguindo para 1,15, ou seja, dez pessoas podem contaminar com o novo coronavírus outras 11 pessoas. São os dados do gráfico abaixo:
E a taxa de transmissão do interior, responsável pelo crescimento da taxa do Espírito, saiu de 1,01 para a marca de 1,3. É a situação em que dez pacientes podem infectar 13.
No interior do Estado, o aumento da taxa de transmissão foi verificado, principalmente, nas microrregiões Centro-Oeste e Rio Doce, considerando o crescimento de casos nos municípios que as integram.
Um crescimento, pondera Pablo Lira, que está ligado a dois fatores. Um deles é a ampliação da testagem, ou seja, mais exames para a detecção da Covid-19 começaram a ser realizados a partir de setembro. Isso ocorre porque o cálculo da taxa considera o número de casos confirmados e o número de óbitos.
Outro fator importante tem sido a maior interação entre as pessoas. Após vários meses em que as pessoas tiveram que manter o distanciamento social, agora observamos o aumento da interação, principalmente na classe média. E temos visto o registro de pessoas na rua sem fazer o uso da máscara, achando que a pandemia acabou. A pandemia não acabou. O risco é baixo, mas existe. E é preciso seguir as recomendações sanitárias, destaca Pablo.
Apesar do número de casos confirmados estar aumentando - e impactando a taxa de transmissão da doença -, o mesmo não acontece com o número de óbitos. A média móvel de óbitos está estável. A expectativa é de que a taxa de transmissão fique oscilando próxima de um, até que tenhamos a disponibilidade da vacina. Até lá, as pessoas precisam respeitar os protocolos, ressalta Pablo.
Os gráficos foram construídos com base nos dados do último dia 5, com as informações do Painel Covid-19 do ES. Nesta sexta-feira (6), o Espírito Santo já registrou 3.910 óbitos e 160.890 casos confirmados da doença.
Em outubro, com a queda apresentada na taxa de transmissão e ainda com a maior parte dos municípios estando em situação de risco baixo, o governo estadual começou a liberar a realização de festas e eventos, com protocolos de segurança.
Inicialmente foram autorizados eventos para adultos com no máximo 100 pessoas e, posteriormente, este limite foi ampliado para 300 pessoas. Festas infantis também foram liberadas a partir do último dia 3.
Também em outubro as escolas da rede privada e as escolas públicas foram autorizadas a oferecerem ensino presencial. A rede estadual retomou as atividades presenciais, dando aos pais a opção de manter em casa os filhos, se o desejassem. As unidades municipais receberam a mesma autorização, mas cada cidade decidiu pelo retorno, ou não.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta