O comportamento atual da Covid-19 na Grande Vitória indica que o ritmo de transmissão da doença tende a cair na região, ficando abaixo de 1, a partir da próxima semana. A avaliação é do professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Etereldes Gonçalves, que integra o Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE).
Na última análise realizada, que corresponde à semana entre os dias 27 de novembro e 4 de dezembro, a taxa que mede essa variação, chamada de Taxa de Transmissão (RT), estava em 1, quando 10 pessoas infectam outras 10. O indicador apresenta queda na comparação com o período anterior, quando a RT da Grande Vitória estava em 1,19, ou seja, 10 pessoas contaminavam 11.
A dinâmica da doença no interior também caiu de 1,79 para 1,31, situação em que 10 contaminados transmitem o vírus para 13 pessoas. Já na média geral do Espírito Santo, a taxa atual é 1,2. Neste caso, 10 contaminados infectam 12 pessoas.
A taxa de transmissão foi calculada com base nos dados extraídos do Painel Covid-19, ferramenta do governo do Estado, na segunda-feira (21). Esses cálculos são feitos considerando a data de notificação dos casos. Como no momento há represamento no resultado de exames no Espírito Santo devido à alta demanda, os indicadores podem sofrer variações entre uma semana e outra, mas, quando as alterações são pequenas, a análise dos cenários não fica comprometida, explica Etereldes.
Dentre as 10 microrregiões do Espírito Santo, apenas a Nordeste apresentou crescimento da taxa de transmissão do novo coronavírus na última semana epidemiológica avaliada. Essa região foi a que manteve o indicador no interior alto, e, por sua vez, impactou a média geral do Espírito Santo.
Os municípios que compõem essa microrregião são: Jaguaré, São Mateus, Boa Esperança, Conceição da Barra, Pinheiros, Pedro Canário, Montanha, Ponto Belo e Mucurici. Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), avalia que o comportamento da pandemia em Conceição da Barra e em São Mateus pode ter influenciado a alta na taxa de transmissão.
A possível explicação é o aumento de circulação e interação das pessoas nos municípios mais populosos dessa região, que São Mateus e Conceição da Barra. Ambos concentram áreas com grande circulação de pessoas, como Guriri e Itaúnas, além do fluxo constante de pessoas que passam por essas cidades, enfatiza Pablo.
Uma informação sobre como é calculada a taxa de transmissão foi incluída para que os leitores entendam como o represamento no resultado de exames pode provocar variações nos indicadores entre uma semana e outra.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta