> >
Tecnologia lançada no ES mapeia áreas com risco de alagamento

Tecnologia lançada no ES mapeia áreas com risco de alagamento

O modelo, apresentado nesta quinta-feira (11), pode ajudar municípios a evitar que novas construções e empreendimentos sejam erguidas em locais de risco

Publicado em 11 de abril de 2024 às 19:38

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Coletiva de imprensa realizada na sede do Corpo de Bombeiros para apresentar o modelo
Entrevista realizada na sede do Corpo de Bombeiros para apresentar o modelo. (Felipe Sena)
Felipe Sena
Repórter / [email protected]

Um modelo matemático capaz de mapear áreas no Espírito Santo em risco de alagamento foi apresentado pelo governo do Estado em coletiva de imprensa realizada na sede do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo (CBMES), nesta quinta-feira (11). A tecnologia pode ajudar municípios a evitar que novas construções e empreendimentos sejam feitas em áreas de risco. 

O modelo, em si, não é novo. A partir de informações sobre os impactos de chuva, como elevação do nível de água de rios, um programa de computador traça, no mapa, uma mancha de alagamento, ou seja, uma área que ficou alagada durante o período de chuva forte. Depois das enchentes que atingiram Mimoso do Sul e Apiacá, foi possível validar essa tecnologia, comparando a mancha gerada pelo programa com aquela registrada a partir de imagens feitas pela Defesa Civil nos locais invadidos pela água.

Aplicações

As informações geradas pelo modelo matemático estarão à disposição dos municípios e poderão nortear a elaboração do Plano Diretor Urbano (PDU) da cidade, além da concessão de licenças e alvarás, por exemplo. "Futuramente o município que quiser permitir a construção de novas residências saberá em quais áreas não se deve construir. Estamos falando de prevenção de desastres", explica o tenente-coronel Benicio Ferrari Junior,  coordenador estadual adjunto de Proteção e Defesa Civil.

De acordo com Ferrari, no entanto, ainda não é possível que essa tecnologia seja usada para antecipar os alagamentos e retirar pessoas das áreas que serão atingidas. Segundo ele, alguns dados meteorológicos são muito abrangentes e existem variáveis que não podem ser previstas. 

Tecnologia lançada no ES mapeia áreas com risco de alagamento

"Você tem a previsão de que pode chover e, às vezes, a previsão que vem com informação de chuvas para região Sudeste, Sul e metade da Bahia, por exemplo. É algo muito amplo. Sei que pode diminuir, mas a gente não sabe exatamente em que momento que a nuvem vai começar a descarregar. Então, é difícil de conseguir prever que a chuva vai cair em uma determinada cidade", disse o coordenador adjunto da Defesa Civil.

Além do tenente-coronel, também participaram da coletiva o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, e o chefe do Núcleo de Operações e Transportes Aéreo (Notaer), o tenente-coronel Daniel Madeira Quintella.

Enchentes no Sul do Estado

As chuvas fortes, entre os dias 22 e 23 de março, que atingiram o Sul do Estado deixaram mortes e destruição em vários municípios, levando o governador Renato Casagrande (PSB) a decretar situação de emergência em 13 cidades da região. 

Vargem Alta, Bom Jesus do Norte e, principalmente, Mimoso do Sul e Apiacá foram as cidades mais atingidas. De acordo com boletim da Defesa Civil, atualizado nesta quinta-feira (11), 5.589 pessoas continuam desalojadas, 87 desabrigadas, uma permanece desaparecida e 20 morreram em função das chuvas.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais