Como ainda não há vacina nem medicamento específico para impedir a evolução do coronavírus, a principal receita ainda é o distanciamento social. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam que a média de isolamento social dos capixabas é de 48,57%, sendo que o mínimo desejado pelo Poder Executivo estadual é 55%. No entanto os especialistas em saúde apontam que o modelo ideal para minimizar os impactos da doença é de 70%.
Com as medidas restritivas de circulação, os governos estadual e municipais cancelaram serviços e desmarcaram diversas consultas eletivas, que têm hora marcada. Para garantir a manutenção do atendimento, algumas prefeituras iniciaram ou ampliaram a oferta da telemedicina. A Secretaria de Saúde de Vitória, por exemplo, conta com 29 médicos aptos a executarem essa modalidade de atendimento.
É um caminho sem volta. Certamente nós vamos ampliar essa plataforma para que ela seja mais um mecanismo de acesso à saúde para o usuário. Ampliamos o serviço no mês de maio e agora temos a telemedicina para os médicos da atenção especializada: neurologista, endocrinologista e cardiologista, ou seja, temos 18 médicos atendendo na atenção especializada, explicou a secretária de Saúde de Vitória, Cátia Lisboa.
O presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Espírito Santo (Fehofes), Fabricio Gaeede, compartilha da mesma opinião quanto ao uso das novas tecnologias para garantir as medidas de isolamento e evitar o contágio pela Covid-19 e outras doenças infecciosas. Contudo, ele analisa que ainda é necessária uma regulação mais rigorosa para garantir um atendimento seguro.
A tecnologia e a saúde já vinham caminhando com os braços dados, mas, com a Covid-19, essa questão emergencial deu uma acelerada muito grande no processo. Antes havia um receio de se liberar uma resolução, mas isso tudo foi superado. A telemedicina é uma grande aliada nesse momento de crise, principalmente para evitar contaminação. Acredito que esse tema vai ficar e será potencializado tanto no mundo quanto no Brasil e aqui no Estado, disse Fabrício.
Para o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, a crise também permite uma formação de profissionais e gestores de hospitais ainda mais qualificados. Na avaliação dele, após a pandemia, o Brasil, incluindo assim o Espírito Santo, vai registrar uma produção acadêmica, científica e relatos extraordinários. Outra novidade é a maior utilização de ferramentas como o Painel Covid-19, que é alimentado a partir do Sistema de Informação em Saúde e-SUS Vigilância em Saúde (VS) lançado em janeiro deste ano.
Alimentado com dados de notificações, casos suspeitos, confirmados e mortes de pacientes em todo o Espírito Santo, o site desenvolvido para fornecer informações sobre o comportamento da doença pode servir como base para o acompanhamento de outras enfermidades de notificação compulsória como tuberculose, hanseníase e hepatite.
De acordo com o secretário de Saúde, antes do e-SUS, a confirmação oficial dos registros levava até três meses por causa da burocracia do processo de compilação do material apresentado pelos municípios.
Todos que estão vivendo esse período se deparam com uma situação única. A experiência de viver uma pandemia como essa tem popularizado o domínio de conceitos de epidemiologia, saúde pública, prevalência e dissidência. Apesar de todo o momento crítico, a gente ainda não tem noção do impacto que podemos ter ao olharmos para trás e vermos o que aconteceu e como a gente venceu esse processo, ponderou Nésio Fernandes
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