Um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, apontou que o Espírito Santo está entre os 13 Estados onde houve maior número de internações de crianças por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 8 de maio, sendo referente à Semana Epidemiológica (SE) 18, de 30 de abril a 6 de maio. Os resultados apontam que na população adulta predominam casos de Covid-19, mas em queda. . Em contrapartida, mantém-se sinal de aumento nos casos associados ao vírus influenza A e B.
Segundo a entidade, entre as crianças pequenas, permanece o predomínio de casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o que mantém o número de novas internações em patamares elevados nesse público.
Dados da Fiocruz apontam crescimento nos casos nas últimas seis semanas, principalmente em crianças com menos de 2 anos e idosos com mais de 65 anos. Em todo o ano, foram 436 casos nos menores de 2 anos e 166 nos maiores de 65 anos. No total, foram 888 casos de SRAG neste ano.
“Nas crianças, o aumento está associado ao vírus sincicial respiratório, fundamentalmente, enquanto o aumento no restante da população é devido majoritariamente à Covid-19. No entanto, observam-se tendências distintas entre os vírus associados aos casos em adultos. Enquanto os casos associados à Covid-19 sugerem desaceleração, para os vírus influenza A e B, há indício de aumento recente em diversos desses Estados”, afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
A referência técnica estadual para Influenza e Meningites do Programa Estadual de Imunizações e Imunopreveníveis da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Mariana Ribeiro Macedo, confirmou que o Estado tem observado um aumento no número de internações nos últimos meses, principalmente nos extremos das faixas etárias, ou seja, nas crianças com menos de 4 anos e idosos com mais de 65 anos, mais suscetíveis à doença, com letalidade maior nessas idades. Segundo ela, a área onde os casos mais se concentram é na Região Metropolitana.
Ela explica que o diagnóstico das infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é feito de forma diferencial em cima dos casos de pacientes que são internados com quadro de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). É feita coleta de amostra e o exame desses pacientes é encaminhado ao Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen), que identifica casos de Covid, influenza ou se é outro vírus. Também são feitos exames em amostras aleatórias para entender os vírus em circulação.
Na Grande Vitória, as prefeituras registraram aumento no atendimento de casos de síndromes respiratórios no último mês de abril, ao comparar com os primeiros meses do ano.
Cariacica registrou aumento de atendimento por síndromes gripais, principalmente em crianças de até 10 anos. Em abril, foram 593 atendimentos nessa faixa etária, três vezes mais que o número de janeiro, quando o município atendeu 186 crianças. Já entre adolescentes de 11 a 19 anos, foram 233 atendimentos em abril contra 61 em janeiro.
Em Vila Velha, a prefeitura confirmou ter percebido um aumento na procura por sintomas gripais desde março deste ano, principalmente em crianças. E ressaltou ainda que há uma confluência de várias doenças ao mesmo tempo: viroses causando sintomas respiratórios; dengue; influenza e Covid. Mas não informou dados de atendimentos.
Por outro lado, a Secretaria de Saúde da Serra informa que não registrou aumento significativo de atendimentos a crianças com sintomas de gripes e infecções respiratórias em suas três Unidades de Pronto Atendimento.
"É importante salientar o caráter sazonal de tais atendimentos e a ampliação no público vacinal que recebe doses contra a gripe no país. Nas últimas semanas, período após as mudanças no público da vacina, houve estabilização desses casos, chegando a diminuir em algumas das unidades", frisa a secretaria.
Em Vitória, a Secretaria de Saúde informa que não houve aumento nas notificações de pessoas com sintomas gripais nas últimas oito semanas epidemiológicas. Segue dentro do esperado para o período de sazonalidade.
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