Profissionais que trabalham nas obras da ciclovia da Terceira Ponte, cuja ampliação deve ser entregue até o próximo mês, estão parados desde a última segunda-feira (5). O motivo, segundo membros do sindicato que representam a categoria, é a procura por melhores salários e benefícios. A empresa responsável garante que alguns trabalhadores já voltaram ao trabalho.
Miguel Junior, secretário de finanças do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, Manutenção, Montagem, Estradas, Pontes, Pavimentação e Terraplanagem do Estado do Espírito Santo (Sintraconst/ES), explicou que as divergências se devem à atual convenção coletiva feita com o sindicato patronal, assinada em 2022.
Em entrevista ao site A Gazeta, ele destacou que cerca de 150 empregados aderiram ao movimento e não têm previsão de voltar ao trabalho.
O secretário destacou, ainda, que uma nova reunião será feita nesta quarta-feira (07) para discutir a continuidade da greve. "Vamos debater alguns pontos levantados pelo empregador e ver se eles [a categoria] aprovam. Caso não, continuaremos a paralisação", afirmou.
Diretor do Consórcio Ferreira Guedes-Metalvix, responsável pela obra, José Emílio Brandão destacou que foi pego de surpresa com a paralisação dos colaboradores. Segundo ele, apesar do imprevisto, a expectativa é que não haja nenhum impacto no cronograma da obra. Além disso, garantiu que, mesmo assim, algumas intervenções continuam sendo feitas na ponte, já que parte dos funcionários retornou ao trabalho.
Afirmou também que as conversas com o sindicato começaram e vão seguir até a semana que vem, "para, primeiramente, entendermos a pauta e assim nos posicionarmos a respeito", avaliou.
"Destacando que o consórcio da Terceira Ponte cumpre e segue a convenção Sindicopes (Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo) e Sintraconst. Os pontos inicialmente apresentados como pauta não fazem parte da convenção em vigor, mas nos colocamos à disposição para avaliar", ressaltou.
Questionada por A Gazeta, a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou que os trabalhos continuam nas obras de ampliação da Terceira Ponte. "Uma parte dos trabalhadores aderiu ao movimento com paralisação de sua jornada. A empresa responsável analisa o pleito. A Secretaria reforça que não houve interrupção nos trabalhos e o movimento não comprometeu o cronograma", frisou.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo (Sindicopes), Gustavo Peters Barbosa, também pontuou que o Consórcio Ferreira Guedes Metalvix é o responsável pelo projeto da Terceira Ponte, "com total enquadramento na CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) dos serviços pertinentes ao Sindicopes" e que, segundo o objeto do contrato, define as atividades da empresa. Destacou, ainda, que esta cumpre rigorosamente os termos da Convenção Coletiva de Trabalho 2022/2024, celebrada em 17/10/2022.
O projeto da Ciclovia da Vida e ampliação da Terceira Ponte está sendo executado pelo governo do Estado, por meio da Semobi, com prazo de conclusão até junho de 2023. As obras foram contratadas pelo valor de R$ 127 milhões e tem como responsável o Consórcio Ferreira Guedes Metalvix.
Além da construção da Ciclovia da Vida, está prevista a instalação de uma estrutura metálica anexada nas laterais da ponte, fazendo a barreira de proteção ao suicídio. Essa grade será antiescalada e terá altura de 3 metros. Segundo a Semobi, a capacidade de trânsito da ponte também será aumentada em torno de 40%, com a criação de duas novas faixas. Desse modo, a ponte passará a contar com três faixas em cada sentido.
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