Apesar da redução do número de casos e óbitos do novo coronavírus no país, o surgimento regular de novas variantes deixa claro que a pandemia ainda não chegou ao fim. É este o alerta feito por Margareth Dalcolmo, médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que lança nesta quinta-feira (16), em Vitória, o livro “Um tempo para não esquecer – A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde”.
A médica capixaba, eleita personalidade do ano pelo Prêmio Faz a Diferença 2020, autografa a obra às 18h30, na galeria Via Thorey, em Jardim da Penha.
Desde o início das contaminações pelo novo coronavírus, Margareth acompanhou de perto as repercussões clínicas, os efeitos sociais e os esforços da comunidade científica para encontrar vacinas capazes de conter a rápida propagação do vírus, tendo tornado-se referência no assunto.
O livro, lançado pela editora Bazar do Tempo, é uma compilação de artigos escritos semanalmente e publicados pelo jornal O Globo desde o início da crise sanitária, e constitui um diário que documenta os acontecimentos desse período marcante da história mundial.
"Fui fazendo esses registros desde março do ano passado [período classificado como início da pandemia]. É uma espécie de cronologia da pandemia, as descobertas, os acertos, as decepções", relatou a pneumologista à reportagem de A Gazeta.
Questionada sobre quais seriam essas decepções, a especialista desta que a principal delas foi a falta de uma organização harmônica para enfrentar o vírus que já dizimou mais de 600 mil brasileiros desde o início da crise sanitária, sendo 13 mil apenas no Espírito Santo.
"A retórica governamental foi extremamente nociva, e os pesquisadores, o tempo todo, tiveram que tentar desconstruir falas [do governo] a favor de tratamentos que não funcionavam para nada."
A médica destaca que o luto persiste, mas que, em meio a tantos desafios, o desenvolvimento da vacina em um período relativamente curto de tempo, sem pular nenhuma das etapas, pode ser considerado um dos maiores feitos humanos das últimas décadas.
Ao longo de 2021, as vacinas foram gradualmente reduzindo casos graves e mortes provocada pela Covid-19 e lentamente foram trazendo de volta a sensação de liberdade conhecida no período pré-pandemia.
Dalcolmo reforça, entretanto, que essa melhora não significa ainda o fim da pandemia, e há muito a alcançar até lá.
“Não há nenhum fim da pandemia, ela ainda está presente, ainda teremos um primeiro semestre de 2022 delicado, com necessidade de manutenção dos cuidados, uso de máscara, aplicação da terceira dose, necessária inclusive por conta do surgimento da Ômicron, e da imunização da população pediátrica.”
A vacinação de crianças de 5 anos a 11 anos de idade com a vacina da Pfizer teve sua autorização anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta-feira (16).
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