A predominância da variante Ômicron do coronavírus no Espírito Santo gerou um aumento na procura por testes que identificam a presença da Covid-19. O aumento no número de casos da doença e o crescimento na ocupação de leitos mostra, segundo especialistas, uma quarta onda da pandemia no Estado. Infectologistas apontam que o ideal nesse cenário é que sejam oferecidos testes em livre demanda para quem apresente sintomas ou tenha tido contato com alguma situação de risco, havendo possibilidade de infecção. Mas entre os testes disponíveis, você deve procurar algum específico? Qual a diferença entre eles? A Gazeta consultou especialistas para saber qual deles deve ser usado em cada situação.
O alerta para a necessidade de testagem é feito frequentemente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e também por órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Quanto mais testes forem feitos, mais precisas ficam as informações sobre a pandemia. Com os resultados, é possível dimensionar quantas pessoas estão infectadas e onde elas moram, por exemplo.
Especialistas apontam que o RT-PCR é um teste mais sensível. Ou seja, há menos chance de dar um resultado diferente da realidade. Se der positivo, você está com a Covid-19. Contudo, o resultado demora entre 24h e 48h para sair. Portanto, é um teste mais preciso, mas que demanda mais tempo para ter o resultado.
Já o teste de antígeno é conhecido como teste rápido. Diferente do primeiro modelo, ele não exige uma análise laboratorial. Na mesma hora é possível que o responsável pela testagem dê o diagnóstico.
Especialistas ouvidos por A Gazeta concordam que mais importante que o tipo de teste aplicado é fazer a testagem. Identificar se uma pessoa está infectada pela doença é uma estratégia de saúde pública e, dependendo do protocolo, pode evitar novas transmissões.
De acordo com o infectologista e professor da Ufes Crispim Cerutti Júnior, o teste de antígeno é melhor para uso em grande escala, como tem sido feito no Espírito Santo nos terminais rodoviários. O especialista afirma que um resultado imediato do teste, em caso positivo, pode controlar melhor o isolamento de casos suspeitos.
Já no teste RT-PCR, o resultado sai em até em dois dias e a demora para identificar o vírus pode não impedir que uma pessoa se relacione no ambiente de trabalho ou em outro local. Uma janela de tempo maior entre o teste e o resultado pode dar liberdade ao convívio social - o que deve ser evitado caso alguém esteja com a Covid-19.
O teste RT-PCR é considerado o padrão ouro, ou seja, o melhor entre as alternativas. Mas não há disponibilidade para todas as pessoas, por isso é importante procurar o antígeno em caso de sintomas.
Ele também pode ser usado em caso de dúvida, quando o indivíduo apresenta sintomas, mas tem um resultado negativo no teste rápido. Como este último tem menor sensibilidade, caso a pessoa esteja nos dois primeiros dias da doença pode ser que dê negativo mesmo com a presença do vírus no organismo. O RT-PCR pode ajudar a solucionar a questão.
Infectologistas apontam que pessoas assintomáticas devem fazer o RT-PCR, uma vez que ele é mais sensível diante de uma carga viral é menor. Caso você tenha sintomas da Covid-19, o teste rápido costuma ser suficiente. Então, confira:
Nem todos os tipos de teste são oferecido em todo os pontos de testagem no Espírito Santo. Atualmente, há em maior abundância o teste rápido. São mais de dois milhões disponíveis. Mas não há escassez de RT-PCR, segundo o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
A resposta é sim. Isso porque a presença de sintomas e o modelo de testagem são determinantes para a identificação do vírus. Quanto maior o tempo desde o contato com um infectado, mais fácil reconhecer se o vírus está ou não no seu organismo. Fazer qualquer um dos testes no dia seguinte a uma festa, por exemplo, pode ser enganoso. Ter um resultado negativo não quer dizer que você não tenha se infectado.
O teste usando o swab normalmente utiliza o material da mucosa nasal, ou seja, o cotonete é colocado no nariz da pessoa. Mas há ainda a opção de colher o material da garganta.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que o local escolhido para a coleta pode mudar de acordo com o fabricante do teste, seguindo estudos de avaliação do produto.
Um tipo novo de teste está prestes a entrar no mercado brasileiro. A ideia de autotestagem é que as pessoas façam o processo sozinhas, em casa, por exemplo. Ele é parecido com o teste rápido, usando um recipiente similar a um teste de gravidez.
O Ministério da Saúde solicitou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analise o uso do autoteste no Brasil. Segundo a nota da pasta, a autotestagem é uma estratégia adicional para prevenir e interromper a cadeia de transmissão da Covid-19. Uma decisão deve ser tomada pelo órgão regulador nesta quarta-feira (19).
Um resultado de autoteste positivo significa que o teste detectou o vírus e é muito provável que o indivíduo tenha a infecção, proporcionando rápido isolamento e reforço de medidas de prevenção.
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