O Ministério da Saúde anunciou, no dia 16 de novembro, que as pessoas que tomaram a vacina da Janssen — aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aplicação em dose única, inicialmente — agora precisam receber uma segunda dose de reforço. Uma Nota Técnica divulgada no dia 25 de novembro, recomenda que a aplicação seja feita com intervalo de dois a seis meses após a primeira.
Inicialmente, a recomendação da pasta foi de aplicação da D2 dois meses após a primeira, com o mesmo imunizante da Janssen, e cinco meses após completar o esquema vacinal, essas pessoas também deveriam receber o reforço da terceira dose (D3) com um imunizante diferente. Entretanto, devido à indisponibilidade de vacinas da farmacêutica Johnson & Johnson, Estados e municípios começaram a definir estratégias diferentes.
O primeiro lote da Janssen chegou ao Brasil em junho de 2021. No Espírito Santo, as primeiras doses da Janssen chegaram no dia 24 de junho, e as pessoas vacinadas com ela ficaram até o início de dezembro com apenas uma dose.
No dia 08 de dezembro, a Secretaria da Saúde (Sesa), por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), atualizou as recomendações: quem recebeu dose única da Janssen no Espírito Santo poderá tomar como reforço, no caso de indisponibilidade do mesmo imunizante, as vacinas Pfizer e AstraZeneca.
No dia 18 de novembro, ainda sem previsão de chegada de novas doses da Janssen no Estado, os vacinados ainda tinham muitas dúvidas e os especialistas responderam. Confira:
Segundo a Professora Doutora em Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, essa recomendação do Ministério da Saúde foi baseada na decisão da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, que autorizou a aplicação de doses de reforço das vacinas contra Covid-19 desenvolvidas pela Janssen em outubro deste ano.
“A empresa fez análises e percebeu uma diminuição de efetividade da vacina diante das variantes mais transmissíveis com o passar do tempo. Dessa forma, o FDA mudou a bula da vacina, indicando as duas doses para ter o esquema vacinal completo. O Governo Federal anunciou antes da Anvisa, mas isso é questão de tempo e deve sair uma resolução nos próximos dias”, explicou.
Não. Ethel Maciel explica que não se trata de estar desprotegido, mas de uma diminuição de efetividade da vacina diante das variantes mais transmissíveis e agressivas.
“Com o passar do tempo, as evidências científicas apontam que há uma perda de efetividade da vacina, com as novas variantes mais transmissíveis. As pessoas, mesmo vacinadas, podem se contaminar de forma menos grave, mas a doença é também transmitida com mais facilidade. Por isso, para ter o esquema vacinal da Janssen completo é necessário as duas doses da vacina para ampliar a imunidade da pessoa”, reforçou.
Quem tomou Janssen há mais de dois meses, não precisa se desesperar. Esse é o prazo mínimo de intervalo e, de acordo com o Ministério da Saúde, vai ter segunda dose pra todo mundo em breve.
Sim. A recomendação é a mesma para todos os brasileiros acima de 18 anos, independentemente do imunizante que tenha sido aplicado: a dose de reforço deve ser tomada após cinco meses da segunda dose.
No caso da Janssen, a professora Ethel Maciel explica que o ideal é que, após cinco meses do esquema vacinal completo - aplicação da segunda dose- o imunizante de reforço seja feito com tecnologia de RNA Mensageiro, que, no Brasil, trata-se apenas da Pfizer.
A Secretaria da Saúde (Sesa), por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), atualizou, nesta quarta-feira (08 de dezembro), as recomendações para a aplicação da dose de reforço na população que recebeu a dose única da Janssen. Ficará válido em todo território capixaba o uso do imunizante Pfizer e AstraZeneca como opção à dose de reforço na indisponibilidade da vacina Janssen (esquema heterólogo) à população de 18 anos a 59 anos que recebeu a dose única no intervalo de cinco meses e de idosos acima dos 60 anos que receberam a dose única no intervalo de três meses (90 dias).
A definição é uma estratégia estadual em virtude do longo tempo para resposta por parte do Ministério da Saúde em relação ao envio necessário de doses da Janssen ao Estado para contemplar os 104 mil capixabas que receberam a dose única anteriormente.
A medida está embasada em dados epidemiológicos, evidências científicas e discussões com especialistas da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis no uso do sistema heterólogo entre imunizantes para a vacinação contra o novo Coronavírus (Covid-19).
Entretanto, havendo doses da Janssen disponíveis, o reforço homólogo poderá ser feito para quem tomou a dose única, com exceção das gestantes e puérperas que devem ser imunizadas com a Pfizer.
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