Um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, o Convento da Penha guarda mais de 450 anos de história e cultura. Seja para os devotos da fé católica, capixabas com diferentes crenças ou para turistas que viajam para conhecer o Estado, a casa de Nossa Senhora oferece conexão com a natureza, belas paisagens e uma experiência de fé e esperança para os que creem.
O monumento é abraçado por um fragmento da Mata Atlântica, que se transformou na maior "floresta urbana" do Estado, abrigando mais de 40 tipos diferentes de pássaros. A construção do Convento teve início em 1558 com a chegada do frei Pedro Palácios ao solo capixaba e se estendeu com a mão-de-obra escrava de índios e negros até 1660.
O complexo ocupa uma área de 632.226 m², construído em um Penhasco de 154 metros de altitude, ficando a 500 metros do mar. O Morro da Penha foi doado aos franciscanos pela governadora do Estado, Luiza Grimaldi, em 1591.
Os visitantes podem subir a pé, pela via principal, de carro ou de van. Há, também, a possibilidade de subir pela Ladeira da Penitência, entrada mais antiga do local por onde Dom Pedro II passou com sua comitiva em 1860.
Quando chegou ao solo capixaba, o frei Pedro Palácios se escondeu em uma gruta, na época chamada de Gruta dos Frades. O local, que anos depois passou a se chamar Gruta Frei Pedro Palácios, fica ao pé da montanha, ao lado do portão que dá acesso ao Convento pela Ladeira da Penitência.
Para quem gosta de caminhar e aproveitar a natureza, é possível fazer o trajeto a pé pela via principal de acesso, que tem cerca de 1,2 km. A trilha é abraçada por um fragmento da Mata Atlântica, que foi reflorestada ao longo dos anos e se tornou a maior “floresta urbana” do Estado abrigando mais de 40 tipos diferentes de pássaros. Durante a trilha há pontos de descanso com bancos, artes pelas paredes e uma estátua de São Francisco de Assis.
Foi pela Capela de São Francisco de Assis que tudo começou. Ela foi a primeira edificação construída no complexo, com início em 1562. Conta-se a história que Frei Pedro Palácios faleceu na Capelinha, no dia seguinte à primeira edição da Festa da Penha no ano de 1570.
Outra forma de chegar até ao topo do Convento é pela Ladeira da Penitência, também chamada de Ladeira das Sete Voltas ou ainda a Ladeira das Sete Alegrias de Nossa Senhora. É uma subida íngreme de 500 metros, construída por índios e negros escravos em 1643. Na década de 1770, o local passou por uma renovação e a estrutura perdura até hoje. Pessoas importantes passaram por ali, como Dom Pedro II e toda sua comitiva em 1860.
Chegando no Campinho há, ainda, uma subida íngreme até chegar na Capela principal, no cume da pedra. São 365 degraus de escada até chegar ao local mais alto. O caminho pode ser admirado com uma bela vista do oceano. Para combinar com o cenário, as construções são pintadas de branco com janelas e portas em azul.
Na subida, dê uma pausa para conhecer a Sala dos Milagres. São fotos, objetos, bilhetes, materiais que contam histórias de pessoas que alcançaram curas e milagres e atribuem o mérito à intercessão da Virgem Maria. No local há uma imagem de Nossa Senhora da Penha esculpida por Carlo Crepaz em 1958.
A Capela-Mor foi edificada em 1568 no cume do penhasco. O interior é revestido com madeira em cedro com detalhes esculpidos pelo português José Fernandes Pereira entre os anos de 1874 e 1879. O assoalho foi reformado em 1980. O estilo remete ao Rococó com cores claras, tons pastéis e douramento.
O altar foi remodelado em 1910 e abriga mais de 200 peças de 19 tipos diferentes de mármore, com uma cuidadosa talha de madeira dourada do século XIX esculpida pelo italiano Carlo Crepaz. Ao centro, a imagem de Nossa Senhora da Penha, trazida de Portugal em 1569. Ao lado dela, anjos, querubins e as imagens dos maiores santos franciscanos: São Francisco de Assis e Santo Antônio de Lisboa e de Pádua. Nas paredes laterais, pinturas de Vitor Meireles de 1877 e as obras sacras de Pedrina Calixto de 1926 e 1927.
No anexo da capela, placas de agradecimento feitas em mármore, madeira ou azulejo. A prática é comum em santuários e materializa a gratidão ou o desespero de devotos a Nossa Senhora por milagres e graças recebidas.
Pelo mesmo corredor, quatro grandes obras de arte contam momentos marcantes da história e lendas sobre o Convento. As pinturas, com medidas de até 1,70 de altura, foram feitas pelo artista brasileiro Benedito Calixto na década de 1920 e ilustram a chegada e a gruta de Frei Pedro Palácios; a tentativa de invasão dos holandeses ao Convento, em 1640; e a seca que atingiu o Espírito Santo em 1769.
O Convento contou por muitos anos com a mão-de-obra escrava para tarefas diárias como cuidado com pomar, com gado, limpeza e a própria construção do complexo. Em frente à secretaria, existe ainda um portão que dá acesso, por uma escadaria, à casa de hóspedes. Ao lado, é possível ver uma área gramada com ruínas e a antiga senzala, construída para os escravos. As ruínas foram feitas de óleo de baleia, conchas trituradas e pedras
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