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Tragédia em Vila Velha: calopsita de sobrevivente surge sobre escombros

Tragédia em Vila Velha: calopsita de sobrevivente surge sobre escombros

Animal é da Larissa, sobrevivente do prédio que desabou no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha. Calopsita ressurgiu dos escombros e foi resgatada por uma vizinha

Publicado em 22 de abril de 2022 às 21:00

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Em meio à cena da tragédia em que três pessoas da mesma família morreram, surgiu uma esperança nesta sexta-feira (22). A calopsita da Larissa, sobrevivente do desabamento de um prédio nesta quinta-feira (21), no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, ressurgiu dos escombros e foi resgatada por uma vizinha, a dona Elisângela, que cedeu o terraço da casa dela para equipes de resgate e também para jornalistas que faziam a cobertura do fato.

Segundo a vizinha das vítimas, o pássaro logo foi reconhecido. “Achei ela em cima dos escombros, hoje (22) de manhã cedo. Eu estava dando uma voltinha e um rapaz da Guarda falou: ‘Olha lá, uma calopsita’. Quando eu olhei, falei que era da Larissa, que a dela é igualzinha a minha, e disse que a devolveria para a dona, ela tem amor pela bichinha”, contou.

Calopsita de sobrevivente de tragédia em Vila Velha aparece sobre escombros
Calopsita de sobrevivente de tragédia em Vila Velha aparece sobre escombros. (TV Gazeta)

Coincidentemente, a tutora da ave foi a única vítima que sobreviveu. A doceira Larissa Morassuti precisou ser transferida, por precaução, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória. De acordo com informações obtidas pela TV Gazeta nesta sexta-feira, ela apresentou complicações renais, mas que não teriam relação direta com o acidente.

Calopsita de sobrevivente de tragédia em Vila Velha aparece sobre escombros
Calopsita também sobreviveu à tragédia em Vila Velha. (TV Gazeta)

Por volta das 10h, uma prima da doceira publicou um vídeo nas redes sociais em que afirmou que Larissa está bem. "Entramos em contato com o hospital e uma plantonista conhecida nossa disse que ela está na UTI para monitoramento. Ela só tem uma luxação na coxa esquerda. Está lúcida", disse Patrícia Morassuti.

A doceira foi a primeira a ser resgatada, no início da tarde dessa quinta-feira (21), quase cinco horas após o imóvel desabar. Conforme divulgado pelo Corpo de Bombeiros, no momento do resgate, ela estava consciente e sem fraturas aparentes, apenas com um corte no joelho.

Larissa perdeu três familiares na tragédia:

A adolescente chegou a ser encontrada com vida e uma médica tentou ajudá-la ainda sob os escombros. No entanto, ela não resistiu e acabou morrendo no local. O idoso foi o último a ser achado, já na madrugada desta sexta-feira. Tanto ele quanto a mãe da menina foram encontrados mortos.

A família estava em um imóvel de três andares que desabou na manhã dessa quinta-feira (21), no bairro Cristóvão Colombo. Um vídeo mostra que a residência desabou após uma explosão. A causa do acidente ainda está sendo investigada e existe a possibilidade de um vazamento de gás ter gerado a tragédia.

RESGATE DIFÍCIL

A complexidade foi grande, entre outros motivos, porque não foi possível usar maquinário para retirada dos escombros. A atividade foi toda manual e as equipes se revezam a cada 20 minutos, dado o esforço. . Dois cães farejadores — Brisa e Case — também atuaram e, inclusive, um deles foi o que ajudou a localizar a Sabrina durante a tarde.

O resgate da adolescente se mostrava difícil, segundo conta o tenente-coronel Wagner, porque ela estava sob duas lajes. Logo que foi encontrada, mostrava-se bastante comunicativa, mas depois parou de conversar. Foi neste momento que uma médica do Samu entrou nos escombros, num espaço de 45 centímetros de diâmetro, para levar oxigênio e medicação para Sabrina.

À noite, as equipes permaneceram na área tentando retirar a menina e ainda localizar o avô Eduardo. Eram 20h40 quando o corpo de Sabrina foi resgatado dos escombros.

PRÉDIO QUE DESABOU ERA IRREGULAR, DIZ CREA-ES

O prédio de três andares que desabou foi construído de forma irregular. A afirmação é do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), após especialistas terem realizado vistoria fiscal do local. A vistoria técnica ainda será feita, mas o Conselho já garante que o prédio “foi executado de maneira irregular, sem projetos, sem anotações de responsabilidade técnica, sem acompanhamento de um profissional de Engenharia e sem cumprir as Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBRs).”

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