Os cobradores que não forem requalificados ou não aderirem ao plano de demissão voluntária (PDV) das empresas venderão créditos do Cartão GV dentro dos coletivos do Sistema Transcol a partir do ano que vem. Segundo o secretário de Estado de Mobilidade de Infraestrutura, Fábio Damasceno, eles atuarão nos coletivos da frota antiga, que não tem ar-condicionado.
Contudo, não haverá circulação de dinheiro dentro do Transcol. A vendas dos crédito ocorrerá por meio de cartão de crédito ou débito. A possibilidade de recarregar o cartão a bordo dos coletivos é uma demanda da população, que reclama dos poucos locais de recarga disponíveis atualmente.
De acordo com a secretaria, cerca de 500 cobradores já aderiram ao PDV até o momento. Outros 900 foram requalificados e atuam em funções como motorista, fiscal, ou agente de venda de crédito nos terminais rodoviários.
Há ainda 1.500 trabalhadores afastados desde maio do ano passado, quando a atuação deles foi suspensa como forma de evitar a transmissão do coronavírus. Damasceno explica que a maior parte deles voltará para os coletivos.
“A gente acredita que em janeiro de 2022 essa fase tenha passado (da vacinação e ameaça da variante Delta) e teremos uma retomada dentro daquele grupo que ainda está no sistema em um formato diferenciado. Com menor carga horária, somente em horários mais carregados do sistema, não tendo mais circulação de dinheiro a bordo e dentro dos ônibus que não têm ar-condicionado”, afirma Damasceno.
A frota do Transcol conta atualmente com 450 coletivos climatizados - que já não têm espaço para o cobrador - e 1.150 do modelo mais antigo. É neste último que atuarão os cobradores.
A intenção do governo é terminar o ano que vem com 600 ônibus com ar-condicionado, reduzindo ainda mais a presença dos cobradores no sistema.
Damasceno lembra que há um acordo entre os trabalhadores e as empresas de ônibus firmado no Tribunal Regional do Trabalho antes da pandemia, em 2019, que já previa planos de demissão voluntária ou requalificação para os cobradores por causa dessa renovação e modernização da frota.
“É uma questão de implantação de tecnologia, de melhoria do sistema Transcol. O embarque se torna mais rápido porque não há troco, se torna mais seguro porque diminui a quantidade de dinheiro em circulação”, argumenta o secretário.
Nesta sexta-feira (10), os rodoviários fizeram nova paralisação em protesto contra a retirada dos cobradores de dentro dos coletivos. Segundo eles, o cobrador, além de vender passagens, servia para auxiliar o motorista nas viagens. Na quinta (8), eles haviam feito uma passeata pelas ruas de Vitória.
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