Faz mais de um ano que o distanciamento social é uma das medidas mais importantes para combater a transmissão do novo coronavírus. No entanto, os capixabas que dependem do Sistema Transcol para ir trabalhar, estudar ou comparecer a qualquer outro compromisso sabem que essa ainda é uma realidade distante.
A reportagem da TV Gazeta percorreu três dos principais terminais da Grande Vitória, no final da tarde e no início da noite desta quinta-feira (20). O cenário encontrado nas estações de Itaparica, Vila Velha e Laranjeiras foi o mesmo: filas com pessoas muito próximas umas das outras e ônibus completamente lotados.
As queixas dos passageiros são similares e revelam que as aglomerações já fazem parte da rotina, embora não devessem. "A situação é precária. É todo dia assim: ônibus cheio e sem o espaçamento de 1,5 metro. É complicado", reclamou o porteiro Jeferson Ramos, enquanto aguardava para entrar em um coletivo.
Vídeos feitos por telespectadores da TV Gazeta mostram também filas no Terminal de Campo Grande, em Cariacica. Outro registro é da superlotação da Linha 508 do Sistema Transcol, que realiza o percurso entre o Terminal de Itaparica, em Vila Velha, e o Terminal de Laranjeiras, no município de Serra.
"É isso aí que vocês estão vendo. Sempre lotado. Você pega o ônibus, falam que é para ter espaço, mas não tem jeito. É um em cima do outro", desabafou o pedreiro Gelimar Mendes. E a situação ainda consegue piorar: "às vezes, o povo tira a máscara para comer ou beber", relatou a doméstica Geonilda Rodrigues.
Quando os coletivos não partem com passageiros até nos degraus em frente às portas, eles vão se enchendo aos poucos, como na Linha 533, entre o Terminal de Campo Grande e o Terminal de Vila Velha. "Quando chega no meio do caminho é isso aí. Onde está o distanciamento?", questionou uma passageira.
Na tentativa tímida de tentar promover o distancimanto social, há marcações no chão dos terminais, indicando qual seria a distância segura entre as pessoas. Na prática, porém, a medida é pouco eficaz. No horário de pico, os locais se enchem com passageiros que estão indo para o trabalho ou voltando para a casa.
A orientação do governo do Espírito Santo para que os passageiros esperem um ônibus que não esteja cheio também se mostra pouco realista. "O 510 todo dia está atrasado. Não tem como esperar um coletivo vazio. Eu moro na Serra. Se for esperar, que horas vou chegar em casa?", ponderou a babá Servita Araújo.
Responsável pela operação do Transcol, a Companhia Estadual de Transportes Urbanos (Ceturb) garantiu que o sistema está operando com toda a frota disponível, das 5h à meia-noite, e reforçou a orientação para o uso de máscara e para que seja mantida uma distância segura nas filas nos terminais.
A empresa também ressaltou que continua a recomendação de escalonamento de setores da economia para evitar aglomerações nos deslocamentos. Também pediu que os passageiros denunciem as irregularidades nos terminais ou nos ônibus aos respectivos funcionários, ou pelo aplicativo ÔnibusGV.
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